Comissão Europeia anuncia novas tarifas de importação para veículos elétricos de produção chinesa
A Comissão Europeia anunciou ontem, 12 de junho, a primeira decisão provisória no âmbito do inquérito anti-subsídios para veículos elétricos a bateria (BEVs) montados na China, dividida por marcas, e de acordo com o nível de ajuda estatal que teria sido recebida por cada uma delas. Assim, a BYD sofrerá aumento de 17,4% na tarifa de importação; a Geely, 20%; e a SAIC, 38,1%. Outros produtores de BEV na China que colaboraram no inquérito, mas não foram incluídos na amostra individual, 21%. Já os outros produtores de BEV na China que não colaboraram, 38,1%. A medida devera ser aplicada a partir de 5 de julho.
O nível irá somar-se à tarifa de importação existente de 10%. Na prática, a decisão atingirá tanto as marcas chinesas como as ocidentais que operam fábricas na China. Por exemplo, a Tesla e a BMW estarão sujeitas à tarifa média de 21%, enquanto a SAIC, com quem a Volkswagen e a General Motors têm joint ventures, estará sujeita a uma taxa de 38,1%.
As vendas de BEV fabricados na China cresceram a um ritmo intenso na União Europeia (UE), de 57 mil novas unidades vendidas em 2020 para mais de 437 mil em 2023, segundo o Eurostat, incluindo modelos de empresas ocidentais como BMW, Renault e Tesla. Durante o mesmo período, o valor destas transações aumentou de 631 milhões de euros para 9,66 bilhões de euros.
Estudo da Transport and Environment (T&E) indica que a participação de mercado das marcas chinesas no mercado de BEV da UE aumentou de 0,4% em 2019 para 7,9% em 2023 e poderá ultrapassar os 20% até 2027 se a tendência for mantida.
REAÇÃO – A investigação anti-subsídios da União Europeia sobre os veículos elétricos chineses é um protecionismo típico, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, à agência de notícias estatal Xinhua. Ele acrescentou que a UE deve agir de acordo com seu compromisso de apoiar o livre comércio e se opor ao protecionismo.
Lin disse que impor tarifas adicionais viola os princípios da economia de mercado e as regras do comércio internacional, perturba a cooperação econômica e comercial China-UE e as cadeias industriais e de abastecimento automóveis globais, e acabará por prejudicar os próprios interesses da Europa.
De acordo com Lin, altos funcionários e líderes empresariais de vários países europeus declararam recentemente oposição à investigação da Comissão Europeia e disseram que impor mais tarifas aos VE chineses para proteger a indústria europeia seria uma abordagem equivocada.