Crescimento do e-commerce brasileiro reforça importância da padronização de dados
O comércio eletrônico brasileiro vive uma transformação acelerada impulsionada pela digitalização dos hábitos de consumo e pela crescente exigência por informações confiáveis. Em 2024, o setor faturou R$ 204,3 bilhões – um crescimento de 10,5% em relação ao ano anterior – e a expectativa é que alcance R$ 234,9 bilhões em 2025, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
Com mais de 91 milhões de compradores ativos e ticket médio acima de R$ 490, o e-commerce deixou de ser uma alternativa para se consolidar como um dos principais motores da economia digital. No entanto, esse avanço impõe novos desafios à cadeia de suprimentos, como a necessidade de dados precisos, gestão eficiente e autenticação dos produtos vendidos nos marketplaces.
Nesse cenário, os padrões globais GS1, como o código de barras GTIN/EAN (Número Global de Item Comercial, aquele que acompanha a tão conhecidas barrinhas) e o QR Code Padrão GS1, têm ganhado papel estratégico. “A identificação inequívoca de cada produto anunciado não somente melhora os indicadores de satisfação do consumidor como também aumenta a conversão em vendas, reduz erros na entrega, melhora a gestão de estoque e reduz prejuízos com devoluções”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, João Carlos de Oliveira.
O GTIN é amplamente adotado pelos principais marketplaces globais e impacta diretamente a visibilidade dos produtos online. Produtos com GTIN preenchido corretamente são mais bem ranqueados por algoritmos de busca, graças à qualidade das informações oferecidas. Segundo especialistas da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, cerca de 70% das decisões de compra estão ligadas à qualidade das informações disponíveis, que vão desde características técnicas até descrições completas.
A digitalização também aponta para o futuro com o QR Code Padrão GS1, que amplia a capacidade dos códigos tradicionais e permite ao consumidor acessar, com um simples escaneamento, dados como data de validade, lote, ingredientes e até vídeos explicativos. “O QR Code expande a embalagem para além do físico e atende diretamente às exigências de consumidores atentos à procedência, segurança alimentar e do consumidor e sustentabilidade”, destaca Oliveira.
Os benefícios da padronização não se limitam ao consumidor final. A adoção do GTIN e do QR Code GS1 também promove ganhos operacionais significativos para a indústria, varejo e logística, contribuindo para rastreabilidade, controle de estoque, prevenção de perdas e maior integração entre fornecedores e plataformas. Os marketplaces têm se consolidado como pilares do comércio eletrônico brasileiro, o que permite que pequenos e médios varejistas expandam seu alcance sem grandes investimentos.