CSN investirá R$1,5 bilhão em nova fábrica em São Paulo
O programa do governador paulista, João Doria, de montar 11 polos de desenvolvimento econômico no estado, com benefícios tributários e facilitação de licenciamentos, entre outros incentivos, já começa a dar frutos, passado pouco mais de um mês de ele ter anunciado a sua criação.
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) confirmou que investirá R$ 1,5 bilhão em uma laminadora de aço galvanizado no estado dentro do programa. A fábrica irá atender principalmente o mercado automotivo e de linha branca.
A cidade em que ela será implantada ainda não foi definida, mas como a unidade deverá fazer parte do polo metalmecânico definido pela equipe de Doria – que inclui municípios como Sorocaba, Campinas e os do ABC paulista, além do Vale do Paraíba – a companhia já deu indícios de que ela poderá ficar nesta última região.
A fábrica terá capacidade de produção de 350 mil t por ano, devendo gerar 400 novos empregos direto. A entrada em operação deve acontecer em três anos.
Segundo Patrícia Ellen, secretária de desenvolvimento econômico do estado, o apoio que será dado pelo governo para a realização do investimento da CSN ainda está em discussão.
Mas já está certo que a Investe SP, a agência de desenvolvimento do governo estadual, irá prestar apoio para a localização de áreas que possam receber a unidade, além de assessoria em infraestrutura e meio ambiente ao longo do projeto.
De acordo com o presidente da Investe SP, Wilson Mello, o investimento demonstra a viabilidade dos polos de desenvolvimento. “O projeto da CSN poderá servir de forte incentivo para a vinda de outras empresas”, afirmou.
GUERRA FISCAL – A equipe de Doria e o próprio governador negam que a decisão da companhia siderúrgica seja resultado de algum tipo de guerra fiscal, ou seja, consequência de promessa de redução de impostos de modo a atrair, para São Paulo, indústrias que de outra forma poderiam ser instaladas em outras regiões.
“Estamos fazendo nosso papel, de investir no desenvolvimento do estado, de gerar empregos. Isso é obrigação de um governo que prometeu gerar renda e desenvolvimento para realizar uma política social vitalizada”, disse Doria, durante o evento em que a CSN anunciou o novo investimento, e que contou com a presença do presidente da companhia, Benjamin Steinbruch (foto).
Segundo o executivo, a escolha por São Paulo levou em conta a concentração de fábricas do setor automotivo e da linha branca no estado, o que gerará ganhos de custos para a empresa. No mesmo evento, Steinbruch informou que este investimento faz parte de um plano da empresa de aplicar R$ 10 bilhões em quatro anos.
A CSN é a maior indústria siderúrgica do Brasil e da América Latina, e uma das maiores do mundo. Trata-se, hoje, de um conglomerado que reúne empresas da área siderúrgica (com subsidiárias nos Estados Unidos, Portugal e Alemanha), mineração, ferroviária e energia.
A sua principal usina de produção de aço, a Presidente Vargas, situa-se na cidade de Volta Redonda, no sul do estado do Rio de Janeiro, e foi a primeira do Brasil, tendo isso criada ainda na década de 1940.
A empresa originou-se de um acordo diplomático entre os governos brasileiro e norte-americano. Em troca da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados, os EUA ajudariam na implantação de uma siderúrgica no país.
A CSN produz hoje cerca de 6 milhões de t de aço bruto e mais de 5 milhões de t de laminados por ano, sendo considerada uma das mais produtivas do mundo. (Alberto Mawakdiye)