Metal Mecânica

Depois de 28 meses de queda, receita da indústria de máquinas e equipamento cresce

O setor de máquinas e equipamentos apresentou desempenho bastante positivo em outubro de 2024, tanto na comparação com o mesmo mês de 2023 como a comparação com o mês imediatamente anterior. Dados divulgados pela Abimaq, no dia 27 de novembro em coletiva de imprensa virtual, indicam que a receita líquida total de R$ 26.331,02 milhões é 11,3% superior ao do mês de setembro e 6,4% maior que do mesmo mês de 2023. É o primeiro resultado positivo após 28 meses consecutivos de queda interanual. A receita líquida interna também foi positiva. O volume de R$ 18.417,07 milhões é 12% maior que de setembro e 6,5% acima do desempenho de outubro de 2023.

 

O desempenho de outubro, porém não foi suficiente para reverter a queda no faturamento setorial no acumulado do ano. A receita líquida total dos dez meses de 2024 somou R$ 225.452,10 milhões, 11% menos que no mesmo período de 2023. A receita líquida interna de R$ 197.433,30 milhões é 12,9% menor na mesma comparação. A boa notícia é que a cada mês que passa a queda na receita acumulada perde vigor. Em setembro, a queda na receita líquida acumulada era de 12,8% e, em agosto era de 13,4%.

 

“O mês de outubro tem uma combinação de alguns fatores, a gente tem a base de comparação mais fraca, mas tem também alguns mercados que estão adquirindo mais máquinas”, afirma a diretora-executiva de Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella, destacando que a indústria de transformação está mais aquecida.

 

EXPORTAÇÕES – Em outubro, as exportações somaram US$ 1.407,15 milhão,  superando a média mensal de US$ 1,088 bilhão de 2022-2023. O desempenho é 8,2% superior ao do mês de setembro e 0,6% menor que de outubro de 2023. No acumulado do ano, as vendas externas somaram US$ 11.026,24 milhão, 7% menos que no mesmo período de 2023. “A queda em relação ao mesmo período de 2023 se deu pela contração nos preços relativos (-5,2%), em quantidade houve crescimento de 5,4%”, diz o relatório da Abimaq.

 

O crescimento das exportações em outubro em relação ao mês de setembro foi disseminado por quase todo o setor. As exceções foram as vendas de máquinas para agricultura, de componentes e nas direcionadas para a indústria de bens de consumo – as duas últimas  experimentaram forte crescimento em setembro (72% e 148,6% respectivamente).

 

No ano, cinco grupos setoriais dentre os 7 monitorados registram desempenho positivo em 2024: o de máquinas para petróleo, o de componentes, o de máquinas para bens de consumo duráveis e não-duráveis e para infraestrutura.

 

Os destinos de máquinas e equipamentos nacionais que apresentaram as maiores variações mensais absolutas foram Cingapura, Catar, Estados Unidos, México, Bélgica e Coréia do Sul.

 

No ano prevaleceu a queda principalmente entre os mercados tradicionais. Entre os com quedas aparecem Argentina, Estados Unidos, Paraguai, Chile e Peru. Já os países que registraram aumento na aquisição de máquinas e equipamentos brasileiros se destacaram Cingapura, Coréia do Sul, México, Guiana, França e Arábia Saudita.

 

IMPORTAÇÕES – Em outubro, as importações somaram US$ 2.722,93 milhões, 6,1% a mais que em setembro e 32,4% acima das do mesmo mês de 2023. No acumulado de janeiro a outubro, as importações totalizaram US$ 24.713,88 milhões, 10,5% acima das do mesmo período de 2023.

 

As importações do mês de outubro representaram a segunda maior marca da história, a primeira ocorreu em maio de 2012 quando foram importados US$ 2,9 bilhões em máquinas e equipamentos. A Abimaq frisa que o maior volume de importações não resultou em aumento no consumo aparente nacional que encolheu em 2024. No acumulado de janeiro a outubro, o consumo aparente somou R$ 305.164,82 milhões, 2,8% menos que no mesmo período de 2023.

 

No mês de outubro, a única atividade setorial a registrar queda nas importações foi o agrícola (-28,4%). No acumulado de janeiro a outubro, duas atividades registraram queda nas importações, a extrativa mineral e a agrícola. O maior crescimento foi observado na indústria de transformação, tanto de bens duráveis como não duráveis e semi-duráveis. O aumento de renda das famílias, proporcionado pelos programas sociais, combinados com a queda da taxa de desemprego do país, proporcionaram aumento do consumo de bens manufaturados, melhorando sua produção e investimentos.

 

Em outubro predominaram as importações de máquinas chinesas (US$ 1,04 bilhão dos US$ 2,6 bilhões importados, ou 40% do total importado).

 

No ano acumulado de janeiro a outubro, os bens chineses também responderam pela maior parte, 31% das importações realizadas pelo país, um crescimento de 5,2 p.p. em relação ao mesmo período de 2023. Dos US$ 2,35 bilhões de importações adicionais de máquinas e equipamentos em 2024, US$ 1,9 bilhão foram oriundos da China (80% do total importado).

 

No período de janeiro a outubro, as importações de máquinas dos Estados Unidos, o segundo principal exportador de máquinas para o Brasil caíram 5,2%. Da Alemanha, a terceira origem das importações, houve pequeno incremento nos embarques para o Brasil (+0,6%).

 

OUTROS INDICADORES – A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de outubro utilizando 76,1% da sua capacidade instalada, contra 75,9% de  outubro de 2023.

 

Na carteira de pedidos, medida em semanas para o atendimento, houve queda de 3,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Mas este resultado não se deu de forma homogênea, setores como os produtores de máquinas para indústria de transformação e para indústria de base registram aumento na carteira de pedidos.

 

Em outubro de 2024 houve melhora no número de pessoas empregadas na indústria de máquinas e equipamentos. O setor encerrou o mês com 398 mil colaboradores. (Franco Tanio)

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