Metal Mecânica

Depois de três anos de queda, indústria de máquinas e equipamentos vai crescer 3,7% em 2025, prevê Abimaq

A Abimaq prevê que indústria de máquinas e equipamentos vai crescer 3,7% em 2025 na receita liquida de vendas, após três quedas consecutivas: 8,6% em 2024, 11% em 2023 e 5,8% em 2022. No mercado doméstico a expectativa é de crescimento e 2,3%. Parte desse crescimento será devida aos investimentos das empresas do próprio setor. Pesquisa realizada pela entidade indica que a intenção das empresas de máquinas e equipamentos é investir em 2025 R$ 8,4 bilhões, um aumento de 4% sobre os investimentos realizados em 2024 (R$ 8 bilhões).

 

Nas exportações, que se encontram em níveis historicamente elevados, a previsão é de estabilidade nos valores em dólares. Mas o real relativamente desvalorizado (R$/US$ 5,9 em 2025 contra R$/US$ 5,4 em 2024) contribuirá para uma receita total maior no período.

 

A expectativa é que setor fabricante de máquinas e equipamentos apresente aumento da receita liquida nos segmentos de máquinas para agricultura, petróleo e energia renovável, infraestrutura e construção civil. Por outro lado, deve haver desaceleração nas receitas com máquinas para a indústria de transformação e de bens de consumo.

 

Como o desempenho do setor do terceiro trimestre de 2024 apresentou recuperação de 5,9% na receita, com crescimento de 2,7% no mercado interno e 14,5% nas exportações, a expectativa é que a expansão continue no primeiro trimestre, até porque esse é o comportamento que costuma ser observado. Para o segundo trimestre, se a tendência for mantida, deverá haver algum arrefecimento no mercado.

 

2024 – No mês de dezembro de 2024, a receita líquida total somou R$ 21.296,67 milhões, com queda de 7,3% em relação ao mês de novembro e crescimento de 9,1% em comparação a dezembro de 2023. No acumulado do ano, a receita somou R$ 270.857,59 milhões, com queda de 8,6%.

 

Considerando apenas o mercado doméstico, em dezembro de 2024 o faturamento foi de R$ 14.546,83 milhões, com queda de 13,3% na comparação com o mês anterior e crescimento de 5,1% em comparação ao mesmo mês de 2023. No acumulado do ano, o faturamento somou R$ 198.562,27 milhões, uma queda de 11% em relação a 2023.

 

EXPORTAÇÕES – Em dezembro de 2024, as exportações de US$ 1.107,07 milhões foram 4,2% superiores às de novembro e 1% menor que no mesmo mês de 2023. No acumulado do ano, as exportações somaram US$ 13.182,68 milhões, queda de 5,5% em relação em 2023. Em que pese o recuo, as exportações setoriais tiveram o segundo melhor desempenho, lembra José Velloso, presidente executivo da Abimaq. O volume exportado em 2024 só é menor que a do ano de 2023 (US$ 13,96 bilhões).

 

A queda nas exportações em 2024 não foi generalizada. Os maiores recuos foram vistos no setor de Máquinas para logística e construção civil (-20,5%) e Máquinas para (-15.8%). Juntos, esses setores são responsáveis por cerca de 40% das exportações totais do setor de máquinas e equipamentos.

 

No ano, dentre os países que registraram aumento na aquisição de máquinas e equipamentos brasileiros se destacaram Cingapura, Coréia do Sul, México, Guiana, França e Arábia Saudita. E dentre os com quedas aparecem Estados Unidos, Argentina, Paraguai, Chile e Peru.

 

Para os Estados Unidos, a queda nas exportações foi de 11,2%, concentradas principalmente em máquinas para construção civil; para a Argentina, a queda foi de Argentina, com recuo de 17% em máquinas para óleo e gás.

 

IMPORTAÇÕES – O volume de importações no mês de dezembro de 2024 foi de US$ 2.600,34 milhões, com crescimento de 14,1% em relação a novembro e aumento de 18,5% em comparação co m o mesmo mês de 2023. No ano, as importações totalizaram US$ 29.594,99 milhões, um aumento de 10,6% na comparação com 2023.

 

De acordo com relatório da Abimaq, em 2024 duas atividades registraram queda nas importações: a de extração de petróleo e a agrícola. No período, o maior crescimento de importação ocorreu na indústria de transformação, tanto de bens duráveis como não duráveis ou semi-duráveis. “Os dados evidenciaram que setores com melhor performance em 2024 ampliaram seus investimentos e boa parte de origem estrangeira, em alguns mercados há uma clara perda de participação da indústria local”, frisa.

 

OUTROS INDICADORES – A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de dezembro utilizando 73,2% da sua capacidade

instalada. Na carteira média de pedidos, medida em semanas para o

seu atendimento, houve estabilidade em relação ao mesmo mês do ano anterior. Mas houve queda na carteira de pedidos dos fabricantes de máquinas agrícolas e para construção. Demais segmentos registraram expansão.

 

O setor encerrou o mês de dezembro com 398,758 mil colaboradores, um aumento de 0,2% em relação ao mês de novembro de 2024. (Franco Tanio)

 

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