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Eletricidade 4.0: novo conceito para a descarbonização e o impacto na receita das empresas

O Brasil passa por um momento de desafios severos no abastecimento hídrico, o que impacta diretamente a geração de energia. Prova desse impacto é que já tivemos um registro de crescimento acima de 100% na tarifa de energia, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Como a energia desempenha papel vital em nossas vidas, é necessário analisar cada etapa da cadeia de valor, da geração, transmissão e distribuição, ao uso e consumo de energia, e disseminar a mudança contínua na mentalidade e nas práticas corporativas nacionais e internacionais, maximizando a performance energética das organizações com mínimo impacto ao meio ambiente.

Nesse contexto, acredito que a Eletricidade 4.0 é o caminho para a gestão efetiva da aplicação dos recursos energéticos e para evitar medidas mais drásticas, como o racionamento, ao ampliar a visibilidade das oportunidades de resposta à demanda, eficiência energética e redução associada de emissões de carbono em ritmo significativo e, consequentemente, beneficiando o planeta ao promover o uso da energia de forma resiliente, segura, e muito mais sustentável.

Por unir a eficiência da gestão de energia com o potencial da digitalização, a Eletricidade 4.0 torna-se um diferencial no engajamento em ações sustentáveis. Ela influencia não apenas a reputação de uma empresa perante seus parceiros e clientes, mas principalmente o seu resultado financeiro, por elucidar o impacto do uso da energia e recursos na matriz de competitividade da organização, permitindo concatenar esforços em prol de  um melhor desempenho dos negócios.

POR QUE ELETRICIDADE 4.0? – “Eletricidade Quatro Ponto Zero” remete ao termo “Indústria Quatro Ponto Zero” e vem do conceito de Quarta Revolução Industrial. Porém, há outro significado mais profundo que usaremos cada vez mais: “Eletricidade para Zero”, com a implicação de zero desperdício, zero emissões ou zero carbono.

Como acontece essa união entre gestão e digitalização?

A gestão é possível por meio das tecnologias de automação, que permitem racionalizar o  uso  da energia, por meio da ampla capacidade de comando e controle de processos, instalações e equipamentos, reduzindo o consumo de uma empresa entre 30 e 40%. Por sua vez, a digitalização torna essa energia “inteligente”, gerando informações e dados relevantes para tomada de decisão em tempo real, dando transparência ao manuseio e gerenciamento dos dados sobre a performance energética.

Atuando em conjunto, os dois fatores produzem aumento da eficiência e eliminam o desperdício, além de permitir a integração de fontes energéticas em qualquer escala e ao longo de todo sistema elétrico – reduzindo perdas e maximizando o uso de infraestrutura,  “traçando” um caminho para a sustentabilidade, uma vez que a eletricidade continua sendo o melhor e mais eficiente vetor de descarbonização.

É uma forma de agilizar a “recuperação verde” do planeta, por ser uma solução difusa, com grande capacidade de geração de emprego e renda, impedindo que o mesmo seja irreversivelmente impactado pelas mudanças climáticas e pela falta de integração dos recursos energéticos.

Tudo isso compõe uma inovação que certamente proverá para as empresas a máxima segurança energética – a partir de  uma energia “acessível, renovável e inteligente”, combinando todo o potencial de redes inteligentes, geração distribuída, armazenagem, resposta à demanda e eficiência energética, devido à integração total proporcionada pela Eletricidade 4.0.

(*) O autor é presidente da Schneider Electric para a América do Sul.

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