Emissões de caminhões são ligadas a 307.000 mortes e US$ 1,4 trilhão em custos de saúde

A poluição por diesel produzida por caminhões de quatro grandes fabricantes está ligada a 307.000 mortes e a mais de US$ 1,4 trilhão em custos globais de saúde, de acordo com o relatório, Heavy-Duty Harm divulgado pelo Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA).
O relatório revela que esses líderes da indústria de caminhões, detentores de 39% do mercado global, alimentam uma crise silenciosa de saúde pública por meio de suas emissões de NOX. O relatório defende a eletrificação urgente de caminhões, analisando a ligação entre as emissões de quase 8 milhões de caminhões a diesel vendidos por essas empresas entre 2014 e 2023 e os impactos na saúde. Estima-se que a poluição emitida durante a vida útil desses caminhões contribua para dezenas de milhares de casos de asma, doenças cardíacas, nascimentos prematuros e mortes evitáveis entre 2014 e 2040, impondo enormes custos a indivíduos, empresas e sistemas de saúde.
“A poluição dos caminhões é uma crise invisível – prejudicando a saúde pública, diminuindo a produtividade econômica e aprofundando a injustiça ambiental”, diz o analista de qualidade do ar do CREA, dr. Jamie Kelly. “A indústria de caminhões está estagnando o progresso enquanto as pessoas estão pagando o preço com sua saúde. A eletrificação de caminhões não se trata apenas do clima – trata-se de salvar vidas e proteger a economia.”
Apesar de os caminhões pesados representarem apenas 3% dos veículos na estrada, eles produzem 30% das emissões de CO₂ do transporte rodoviário e 86% das emissões nocivas NOX Os caminhões a diesel de apenas quatro fabricantes vendidos em um período de apenas 10 anos emitirão 6.466 quilotons de NOX ao longo de sua vida útil (2014-2040). O relatório analisa o impacto das emissões de 7,9 milhões caminhões médios e pesados (com capacidade acima de 7,5 toneladas) vendidos coletivamente por quatro fabricantes na última década (2014–2023), considerando as emissões passadas e a poluição futura projetada com base na vida útil típica dos veículos (2014–2040).
Os impactos na saúde e na economia causados pela inação dos fabricantes de caminhões são surpreendentes. As crianças estão entre as mais afetadas. Os impactos na saúde incluem 217.000 novos casos de asma infantil, 321.000 visitas hospitalares de emergência, 88.000 nascimentos prematuros e 62.000 nascimentos com baixo peso.
O ônus econômico de cerca de US$ 1,4 trilhão em danos causados pelas emissões de caminhões a diesel excede o PIB da Polônia (US$ 800 bilhões), bem como o custo estimado de implantação da infraestrutura de carregamento elétrico:
EUA: US$ 66 bilhões contribuiriam para 1,4 milhão de caminhões elétricos até 2032.
Europa: 40 bilhões de euros apoiariam a eletrificação em larga escala até 2040.
O relatório deixa claro que a transição para caminhões sem emissões pelo escapamento é essencial para salvar vidas e reduzir os danos econômicos. O CREA insta os governos a introduzir um mandato de vendas de caminhões com emissão zero até 2040, acabar com os investimentos em alternativas poluentes, como biocombustíveis e combustão de hidrogênio, e priorizar a eletrificação em todos os mercados.
O Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA) é uma organização de pesquisa independente focada na identificação das tendências, causas e impactos na saúde da poluição do ar, bem como na busca de soluções. Fundado em 2019 em Helsinque, o CREA atua em vários países asiáticos e europeus, financiado por meio de doações filantrópicas e pesquisas comissionadas.