Metal Mecânica

Empresas de engenharia da Alemanha veem com otimismo possibilidades de negócios no Brasil

O otimismo prevalece entre a maioria das empresas alemãs de engenharia mecânica no Brasil, como mostra a mais recente pesquisa econômica da VDMA, a associação alemã de fabricantes de máquinas e instalações industriais, divulgada no dia 14 de novembro. A expectativa é de aumento da entrada de pedidos e crescente interesse europeu na América do Sul como um parceiro comercial e de negócios. Oportunidades para a economia local também estão associadas com o futuro presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

O Brasil continua sendo um local atraente para fabricantes de máquinas e de instalações industriais  da Alemanha, mesmo após a recente eleição presidencial. De acordo com uma recente pesquisa econômica da VDMA, da qual participaram quase 80 empresas associadas no Brasil, metade dos entrevistados espera um aumento na entrada de pedidos no próximo trimestre. Apenas 12 por cento esperam um declínio. Para o ano atual, as empresas esperam um aumento médio de 17% nas vendas, seguido de um crescimento de 6% em 2023.

“Os problemas, porém, são causados ​​pela escassez de matérias-primas e materiais, além da falta de trabalhadores qualificados. Por outro lado, restrições relacionadas à Covid-19 quase não não existem mais “, explica Thomas Ulbrich, diretor geral da VDMA no Brasil. “As empresas estão muito otimistas de que a Europa voltará cada vez mais seu olhar para a América do Sul e reconhecerá a riqueza desta parte do continente”, acrescenta.

As empresas também estão otimistas sobre a situação de seus pedidos: 41% das empresas pesquisadas relatam uma carteira de pedidos acima do normal, enquanto 42% têm uma carteira de pedidos normal. Apenas 17 por cento estão atualmente relatando um valor abaixo da média. O quadro é um pouco mais sombrio para encomendas vindas especificamente de fora do Brasil. Aqui, 26% relataram que estão abaixo das expectativas, enquanto apenas 18% relataram volumes de pedidos acima das expectativas.

LOGÍSTICA – Basicamente, os fabricantes de máquinas no Brasil veem as mudanças políticas a partir da experiência, explica Ulbrich. Para além dos políticos de todas as ideologias, “os membros da VDMA aqui sabem por décadas de experiência que o país precisa de máquinas e equipamentos modernos para explorar sua enorme riqueza. Doze por cento das reservas mundiais de água estão aqui, o potencial de energia solar é quase infinito e o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo”, explica o diretor superintendente da VDMA.

Enquanto isso, o grande desafio continua sendo a logística. “Embora o Brasil faça fronteira com 11 dos 13 países da América do Sul, muitos fatores, principalmente a logística, dificultam a venda para os países vizinhos. Muitas vezes é mais fácil e barato para os clientes de lá encomendar a máquina da Alemanha do que do Brasil”, explica Ulbrich.

POLÍTICAS DE LULA – Em sua assembléia geral em São Bernardo do Campo (SP), as empresas brasileiras associadas à VDMA também discutiram os possíveis efeitos das mudanças que podem ser implementadas pelo próximo presidente no Brasil. As promessas eleitorais de Lula da Silva incluem gastos enormes em programas sociais. O congelamento máximo de gastos que vigorou até agora deve ser eliminado, o que poderia levar a um novo aumento da inflação – atualmente em 7%.

A necessária reforma tributária poderia não trazer a desejada simplificação e desburocratização, mas sim mais bônus para as empresas. As esperanças de que o acordo de livre comércio do Mercosul pudesse ser ratificado com a conclusão de um acordo complementar ecologicamente correto também foram reduzidas: o presidente Lula está cobrando melhorias no acordo já assinado.

“Ainda está em aberto o que vai acontecer com os investimentos. Por um lado, os investidores estrangeiros parecem estar trazendo dinheiro de volta ao país. Por outro lado, muitos observadores temem que a privatização das estatais sob o governo de Lula não seja levada adiante , e pode até ser revertido”, resume Ulbrich, diretor administrativo da VDMA.

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