Artigos e Cases

Enxergar oportunidades e inovar são fatores essenciais para sair da crise

 

 

Emerson Nogueira (*)

 

A pandemia do coronavírus (Covid-19) pegou todos os países e, por consequência, o setor produtivo de surpresa. Ninguém estava preparado para um impacto tão forte em um curto período de tempo. No entanto, é certo que algumas instituições sairão mais rápido da crise, que ainda não se pode dizer quando terá fim.

 

Aqui na Alemanha, logo que as primeiras ameaças surgiram, as empresas passaram a aplicar com rapidez as recomendações de isolamento social feitas pelo governo, como por exemplo, o home office. Também fizeram uso dos dispositivos econômicos já previstos no sistema alemão, como o Kurzarbeit, ou seja, a redução de horários de trabalho e de remunerações. Esse recurso já é previsto na legislação trabalhista do país, o que poupou tempo, pois não foi necessária a discussão, aprovação e autorização por parte do governo.

 

Outra medida, colocada em prática pelas indústrias alemãs para evitar a proliferação e circulação do vírus, foi o fechamento dos ambientes de convívio, como refeitórios e áreas de café, além da manutenção das portas abertas e disponibilidade de álcool em gel em todos os ambientes fabris. Essas ações permitiram, de um lado, que a produção das companhias continuasse em operação e, por outro, preservou a saúde dos trabalhadores.

 

É importante lembrar que aqui o governo não decretou o isolamento completo da população, as pessoas podem sair de casa para andar ao ar livre, ir ao supermercado ou farmácia. Quanto ao comércio, foi reaberto gradativamente e com restrições no número de clientes por loja desde o dia 20 de abril.

 

No entanto, esse período não está sendo apenas de restrições. Muitas empresas aproveitaram a pouca atividade para inovar. Na Oke, por exemplo, uma empresa que há 59 anos é fornecedora de materiais plásticos para o setor automotivo e moveleiro, adaptou o seu processo produtivo para a confecção de máscaras. Em seis semanas, o produto foi concebido pela área de pesquisa, o chão de fábrica adaptado e a produção iniciada. Desde o dia 20 de abril, mais de 4 milhões de máscaras foram disponibilizadas para a comercialização na Europa por pessoas físicas e jurídicas, por meio de vendas feitas online.

Acredito que as empresas que apostarem em inovação e entenderem os desafios do momento e as novas necessidades, sairão mais rápido da crise que chegou para todos nós.

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(*) O autor é managing director da Oke Automotive Group na Alemanha e conselheiro da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná).

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