Eletrônica e Informática

Exportações do setor eletroeletrônico crescem 1% no primeiro semestre; importações aumentam 5,1%

A exportações de produtos elétricos e eletrônicos somaram US$ 3,406 bilhões no primeiro semestre de 2024, 1% acima das realizadas no mesmo período do ano passado (US$ 3,371 bilhões), de acordo com dados divulgado pela Abinee.

 

A maior taxa de crescimento ocorreu em Geração,Transmissão e Distribuição de Energia – GTD (+25%). Houve expansão de 84% nas exportações de transformadores (US$ 283 milhões), que foram destinados principalmente ao mercado norte-americano (US$ 194 milhões).

 

Na sequência, houve aumento nas exportações de Equipamentos Industriais (+18,3%) e Automação Industrial (+12,6%), que apresentaram crescimentos nas vendas de aparelhos para filtrar ou depurar gases (+151%) e instrumentos de medida (+18%), respectivamente.

 

Ja as vendas externas de Utilidades Domésticas (-16,4%) e Telecomunicações (-15,7%) recuaram, influenciadas, principalmente, pelas reduções nas exportações de refrigeradores (-50%) e estações rádio base (-40%).

 

As exportações de Componentes Elétricos e Eletrônicos diminuíram 11,1%, totalizando US$ 1,3 bilhão. Essa queda resultou, principalmente, das reduções nas vendas de eletrônica embarcada (-15%) e componentes para equipamentos industriais (-19%), segundo e quarto lugares, respectivamente, no ranking dos principais produtos exportados pelo setor. As exportações de Material Elétrico de Instalação caíram (-14%) e de Informática (-9,4%).

 

MERCADOS – Os países da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) continuam sendo o principal destino das exportações, totalizando US$ 1,4 bilhão. Porém, ao comparar o primeiro semestre de 2024 com o mesmo período do ano anterior, a participação dos países da Aladi diminuiu significativamente de 48% para 41%, em decorrência, principalmente, da queda de 21% para 16% na representatividade do mercado argentino.

 

As exportações para os Estados Unidos cresceram 13,6%, aumentando a participação do país de 23% para 26% no acumulado do primeiro semestre de 2024.

 

Houve ainda, aumento de 51,1% nas exportações para Ásia. Essa expansão ocorreu devido ao crescimento nas vendas para os outros países da Ásia (exceto China), que aumentaram 77,7%. As exportações para a China recuaram 22,8%.

 

IMPORTAÇÕES – As importações de produtos elétricos e eletrônicos aumentaram 5,1% no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando US$ 22,6 bilhões.

 

A maior taxa de crescimento ocorreu em Utilidades Domésticas (+13,2%), influenciada, principalmente, pela elevação nas compras externas de refrigeradores (+122%) e fornos (+48%).

 

As importações de Componentes somaram US$ 11,3 bilhões, 11,7% acima das ocorridas no mesmo período do ano anterior, com destaque para os semicondutores (+19%), cujas importações aumentaram de US$ 2,7 bilhões para US$ 3,2 bilhões, no acumulado de janeiro a junho de 2024. O resultado desta área também foi influenciado pelo aumento nas importações de outros itens tais como: componentes para informática (US$ 1,5 bilhão), componentes para telecomunicações (US$ 1,5 bilhão), eletrônica embarcada (US$ 1,4 bilhão),componentes para equipamentos industriais (US$ 732 milhões) e componentes para material elétrico de instalação (US$ 518 milhões).

 

Em seguida, houve aumento nas importações de Automação Industrial (+10,3%) e Equipamentos Industriais (+10,3%), em decorrência dos crescimentos nas compras de instrumentos de medida (+14%) e motores e geradores (+20%), respectivamente. Cresceram também as importações das áreas de Informática (+8,5%) e Material Elétrico de Instalação (+2,8%).

 

As importações de GTD recuaram 25%, influenciadas pela queda nas compras de módulos fotovoltaicos (-29%), que diminuíram de US$ 2 bilhões para US$ 1,5 bilhão no acumulado dos primeiros seis meses de 2024. Os módulos fotovoltaicos caíram da segunda para a quarta posição no ranking de produtos mais importados pelo setor.

 

Porém, a Abinee destaca que a queda no montante importado destes módulos ocorreu devido à redução de preços internacionalmente, uma vez que as importações destes itens em unidades cresceram 135%, passando de 70 milhões de módulos de janeiro-junho de 2023 para 165 milhões no mesmo período de 2024.

 

Houve ainda diminuição nas importações de Telecomunicações, que recuaram 9,7% em decorrência, principalmente, da redução de 29% nas compras externas de celulares.

 

As principais origens das importações continuam sendo os países asiáticos (exceto Oriente Médio), que registraram US$ 15,8 bilhões no primeiro semestre de 2024, aumentando a participação de 69% para 70%.

 

Por outro lado, verificou-se diminuição na participação das importações dos Estados Unidos (de 10% no primeiro semestre de 2023 para 9% no primeiro semestre 2024) e da União Européia (de 14% para 13% no mesmo período).

 

SALDO COMERCIAL – No primeiro semestre de 2024, o déficit da balança comercial dos produtos elétricos e eletrônicos somou US$ 19,17 bilhões, 5,9% acima do apontado no mesmo período de 2023 (US$ 18,10 bilhões).

 

Esta elevação foi influenciada pelo acréscimo de 5,1% nas importações, que totalizaram US$ 22,6 bilhões. As exportações aumentaram 1%, somando US$ 3,4 bilhões.

 

A maior parte do déficit ocorreu em função dos negócios com os países da Ásia (US$ 15,4 bilhões), sendo que somente com a China o saldo negativo atingiu US$ 10,4 bilhões.

 

Os negócios com os países da Aladi foram os únicos a apresentar superávit na balança comercial de produtos do setor, totalizando US$ 429,6 milhões.

 

A Abinee frisa que esse comportamento ocorreu em função do saldo positivo na balança comercial com a Argentina (US$ 477,4 milhões), uma vez que, com os demais países desse bloco o resultado foi deficitário em US$ 47,9 milhões.

 

JUNHO – As exportações de produtos elétricos e eletrônicos somaram US$ 510,4 milhões em junho de 2024, 14,8% abaixo das registradas no mesmo mês de 2023 (US$ 599,0 milhões).

 

Houve queda de 39,2% nas exportações de Material Elétrico de Instalação, que foi influenciada pela redução de 79% nas vendas externas de fusíveis.

 

Em seguida, observou-se recuo nas exportações de Utilidades Domésticas (-33,2%) e Automação Industrial (-20,7%). No primeiro caso, verificou-se redução de 51% nas exportações de autorrádios. Enquanto em Automação Industrial, o resultado da área ocorreu principalmente em função da queda nas vendas de instrumentos de medida (-32%).

 

A área de Componentes Elétricos e Eletrônicos recuou 20,1%, resultante, principalmente, da diminuição nas exportações de eletrônica embarcada (-29%) e componentes para equipamentos industriais (-27%). Verificaram-se, também, reduções nas áreas de Telecomunicações (-14,7%), Equipamentos Industriais (-4,9%) e Informática (-3,7%).

 

Notou-se ainda que a queda nas exportações da área de GTD – Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica (-1,2%) foi mais amena. Nesse caso, notou-se, por um lado, diminuição de 29% nas vendas externas de grupos eletrogêneos, e por outro lado, crescimento de 8% em transformadores.

 

Ao comparar as exportações de junho de 2024 com o mês de maio de 2024, observou-se a queda de 16,9%, com retração em quase todas as áreas, exceto Informática (+21,2%).

 

As importações de produtos do setor somaram US$ 3,5 bilhões em junho de 2024, 2,5% abaixo das registradas no mesmo mês do ano anterior (US$ 3,6 bilhões).

 

Destacou-se a retração de 49,7% nas importações da área de GTD. Esse resultado foi influenciado pela queda nas compras externas de módulos fotovoltaicos (-57%), que recuaram de US$ 362

milhões em junho de 2023 para US$ 154 milhões no mesmo período de 2024.

 

Diminuíram também as importações de Equipamentos Industriais (-6,4%), Telecomunicações (-6,3%), Material Elétrico de Instalação (-3%) e Informática (-2,7%). A área de Automação Industrial (-0,2%) ficou praticamente estável.

 

Por outro lado, cresceram as importações de Utilidades Domésticas (+16,9%), influenciadas pelas elevações em refrigeradores (+211%) e ferramentas elétricas manuais (+41%).

 

As importações de Componentes Elétricos e Eletrônicos (US$ 1,8 bilhão) aumentaram 10,1%. Esse resultado contou principalmente com as expansões nas compras de semicondutores (+20%), componentes para telecomunicações (+20%) e eletrônica embarcada (+18%).

 

Ao comparar com o mês imediatamente anterior, as importações de bens do setor diminuíram 7,5%, com retração em cinco áreas.

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