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Setor de máquinas e equipamentos cresce 10,4% de maio para junho, mas recua 16,4% no acumulado do primeiro semestre

O setor de máquinas e equipamentos apresenta forte recuperação de 10,4% na passagem de maio para junho, com crescimento das vendas no mercado doméstico. O faturamento total de junho foi de R$ 23.161,74 milhões, 9,6% menos que no mesmo mês de 2023. No acumulado do primeiro semestre, a receita líquida total somou R$ 122.852,59, refletindo queda de 16,4% em comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com dados divulgados pela Abimaq no dia 31 de julho.

 

“O crescimento de junho anulou parte da queda de maio”, frisa Cristina Zanella, diretora-executiva de Economia e Estatística da Abimaq, frisando que a tendência é que esse movimento de recuperação se mantenha nos próximos meses, reduzindo o declínio acumulado no ano. Tanto é assim que a Abimaq projeta queda de 8,8% na receita total em 2024. Para a previsão se realize, será necessário forte crescimento no terceiro trimestre, já que no último trimestre do ano, a tendência é de o mercado apresentar expansão menor.

 

“Ainda que nas comparações interanuais prevalecessem o desempenho inferior ao do ano de 2023, o segundo trimestre de 2024 foi marcado por clara tendência de recuperação, o que contribuiu para a redução da queda observada no ano de -21,5% no encerramento do 1º trimestre de 2024 para -16,4% no fechamento do semestre”, diz o relatório distribuído à imprensa.

 

No mercado interno, a receita líquida no mês de junho foi de R$ 18.193,25 milhões, com crescimento de 16,9% em relação a maio e queda de 10,8% em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado do primeiro semestre, o faturamento no mercado doméstico somou R$ 91.856,60 milhões, 17,8 menos que no mesmo período de 2023.

 

“No mercado doméstico, após um pequeno recuo em maio (-0,7%), houve novo crescimento que refletiu na continuidade da redução da queda acumulada no ano, de 22,1% no encerramento do primeiro trimestre de 2024, para 17,8% no primeiro semestre de 2024. Na ponta houve recuo apenas nas receitas líquidas de vendas de componentes. No ano, por outro lado, predomina a taxa de queda dentre os setores fabricantes de máquinas, ainda que em patamar superior. Entre os que registraram crescimento no ano estão os fabricantes de máquinas para bens de consumo, para logística e construção civil e de componentes”, diz o relatório da Abimaq.

 

EXPORTAÇÕES – As exportações apresentaram recuaram 12,3% na passagem de maio para junho, somando US$ 921,97 milhões. Na comparação com junho de 2023, a queda foi de 11,6%. No acumulado do primeiro semestre, as vendas externas totalizaram US$ 6.050,16 milhões, 9,1% menos que no mesmo período do ano anterior. É preciso considerar, porém que a base de comparação é bastante alta.

 

No primeiro semestre, dois segmentos registraram crescimento nas exportações, o fabricante de máquinas para a indústria de transformação, principalmente máquinas-ferramenta e o de máquinas para infraestrutura e indústria de base.

 

Demais setores, excetuando o de máquinas agrícolas, mesmo acumulando queda no ano, registraram melhores resultados no segundo trimestre, em linha com as expectativas da Abimaq.

 

No primeiro semestre, houve queda das exportações nos mercados tradicionais de máquinas e equipamentos. Na América do Norte, o principal destino das máquinas nacionais, houve queda de 1,5%, mesmo com crescimento de 12,9% das exportações para o México.

 

Na América do Sul, a queda foi de 25,1%, refletindo o tombo de 41,2% nas aquisições da Argentina. Outros países da região também registraram retração nas aquisições neste primeiro semestre, tais como Paraguai, Chile e Colômbia.

 

No primeiro semestre, houve crescimento nas exportações realizadas para poucos países da Europa, entre eles França e Itália e também em outras regiões de menor peso no total, como Cingapura, Arábia Saudita e Catar.

 

IMPORTAÇÕES – No mês de junho, as importações somaram US$ 2.307,28, recuo de 9,3% em relação a maio e crescimento de 3,1% em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado do primeiro semestre, as importações totalizaram US$ 14.164,62 milhões, 6,5% a mais que no mesmo período de 2023.

 

“Dados do segundo trimestre de 2024 indicam tendência de alta nas importações. Neste segundo trimestre o volume importado girou em torno de US$ 2,4 bilhões por mês, contra US$ 2,3 bilhões no primeiro trimestre de 2024 e US$ 2,2 bilhões, considerando a média mensal de

  1. As importações continuam a ganhar espaço no consumo doméstico. Dados acumulados até junho indicam market share de 45,2% contra 39,8% no primeiro semestre de 2023”, diz o relatório da Abimaq.

 

Na passagem de maio para junho, houve crescimento das importações de máquinas pela indústria de transformação (ferramentaria, fornos, máquinas-ferramenta e equipamentos de solda) e para logística e construção civil (máquinas para movimentação, construção civil e rodoviárias).

 

No ano, houve predomínio de variações positivas, com destaque para o setor fabricante de bens de consumo que registrou o maior crescimento no período (21,4%) ao ampliar as importações de equipamentos para ginástica, equipamentos gráficos, máquinas para madeira e para alimentos; e indústria de transformação que ampliou a importação de todos os tipos de máquinas no período.

 

CONSUMO APARENTE – No mês de junho, o consumo aparente somou R$ 31.201,17 milhões, 6,6% a mais que no mês anterior e 2,7% a menos que no mesmo mês de 2023. No acumulado do primeiro semestre, o consumo aparente totalizou R$ 167.469,60 milhões, 9,7% a menos que no mesmo período 2023.

 

CAPACIDADE INSTALADA – A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de junho utilizando 75,6% da sua capacidade instalada, valor idêntico ao observado no mesmo mês de 2023 e 1,2 p.p acima do resultado do mês de dezembro de 2023, indicando melhora do indicador no primeiro semestre deste ano.

 

CARTEIRA DE PEDIDOS – Na carteira de pedidos, medida em semanas para o seu atendimento, houve alta mensal (+3,1%). Porém, na comparação interanual, o resultado se mantém negativo. Os dados do período denotam relativa estabilização da carteira de pedidos em patamares 11% inferiores a 2023 .

 

EMPREGOS – Em junho de 2024, houve alta no número de pessoas empregadas na indústria de máquinas e equipamentos (+0,3%) e o setor encerrou o mês com 388.179 colaboradores. (Franco Tanio)

 

 

 

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