Há 40 anos, Albras começava a produzir alumínio primário no Pará

Há 40 anos, no dia 6 de julho, em Barcarena (PA), a Albras deu na “partida” de seu primeiro forno, processo que marca o início da sua operação como maior produtora de alumínio primário do Brasil.
A “partida” do forno é um processo complexo, que envolve uma preparação da cuba com camadas resistivas e cargas de eletricidade, um pré-aquecimento para evitar choque térmicos que leva cerca de três dias, e a energização, por meio de um banho eletrolítico, para iniciar a produção.
O forno em questão é responsável pela eletrólise em um método conhecido como Hall-Héroult, responsável por extrair o alumínio primário, em um ambiente controlado de altas temperaturas e correntes elétricas, no qual é submetida a alumina.
Benedito, técnico de processos, foi um dos 12 responsáveis por conduzir a partida, e detalha o feito até então inédito na Amazônia. “Era um desafio para todos nós, uma mistura de nervosismo e orgulho por fazer parte de algo tão grande. Eu, à época com 23 anos, vi a grandiosidade do projeto e decidi me juntar. Apesar de amedrontadora, a partida foi concluída sem complicações porque a Albras já demonstrava uma grande preocupação com seus protocolos de segurança”, afirma.
Segundo Zacarias, que hoje atua especificamente na reforma das cubas, pegando equipamentos desligados e devolvendo-os prontos para operação, o pioneirismo da Albras e o crescimento ao longo das últimas quatro décadas são sintomas de que a companhia sempre pensou grande.
“Essa mentalidade sempre foi uma marca nossa. Desde o início, trabalhamos com projetos grandes e arrojados, o que foi essencial para a Albras se tornar o que é hoje: a maior produtora de alumínio primário do Brasil. A prova disso é que iniciamos a construção da segunda fase da empresa, que dobrou sua capacidade, antes mesmo de concluir a primeira. Isso foi fundamental para superarmos as crises nos preços do alumínio ao longo dos anos 1980.”
Atualmente, a Albras conta com 960 cubas, das quais 240 realizam a eletrólise, e uma capacidade produtiva de 460 mil toneladas anuais, quase três vezes maior do que as 160 mil toneladas iniciais.
A empresa ainda opera com o mesmo forno partido há 40 anos, que agora está em sua oitava geração, após sucessivas atualizações tecnológicas. Ao longo de décadas, os fornos passaram da tecnologia “Side-by-side”, onde as cubas ficavam alinhadas para compartilhar a corrente elétrica pelo “Point Feed”, no qual as cubas são abastecidas de alumina de maneira automática via computador, em três pontos diferentes. Tal mudança representa um aumento na intensidade da corrente elétrica, e consequentemente, um ganho de eficiência. (foto/divulgação)

