Metal Mecânica

Indústria 4.0 exige mudanças na forma de pensar

As novas tecnologias evoluem de forma disruptiva e exponencial, enquanto os profissionais ainda pensam de maneira linear. É determinante que empresários, gestores e empregados mudem o jeito de pensar, o chamado mindset, para acompanhar a Indústria 4.0. Essa foi a principal mensagem do IV Seminário Dia da Indústria, organizado pelo Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (Cofip ABC) em celebração ao Dia da Indústria (25 de maio) e ao terceiro ano de atuação da entidade. Com palestras, cases e sessão de debates, o encontro recebeu lideranças de indústrias e poder público da região, bem como instituições de ensino, no dia 25 de maio, no Hotel Mercure, em Santo André.

Na abertura, Claudemir Peres, presidente do Cofip ABC e gerente industrial da Oxiteno, apontou que a indústria petroquímica está alinhada com as demandas da Indústria 4.0. “Nós não temos dúvidas de que as tecnologias irão avançar nas organizações, então precisamos desenvolver o capital humano em cima das novas tecnologias”, afirmou. Em seguida, Francisco Ruiz, gerente executivo do Cofip ABC, destacou o papel da Indústria 4.0, que é “transformar informações em conhecimentos”.

O chamado Mundo Vuca, que define o atual momento como volátil, incerto, complexo e ambíguo, foi o tema da apresentação de Régis Maia Lucci, diretor da Linea Consulting. Lucci apontou que esse contexto de transformações intensas e disruptivas tem gerado ansiedade nos líderes das organizações, uma vez que eles já não possuem controle sobre tudo o que fazem. “Diante desse cenário, as lideranças apresentam dificuldades para encontrar soluções aos problemas de suas empresas, bem como equilíbrio para si. Resiliência, flexibilidade e coragem são chaves neste momento”, afirmou.

Mudar o mindset deve ser o foco dos profissionais, uma vez que a transformação das profissões dará a tônica da modernidade, segundo José Antonio Paganotti, professor de Administração da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (Uscs). “Precisamos preparar o ser humano 4.0 porque investimentos em novas tecnologias já estão sendo realizados. Neste novo contexto, os gestores deverão desaprender para aprender de novo”, recomendou.

Bruno Araújo de Souza, especialista em Tecnologia do Senai São Caetano, apresentou uma metodologia do SenaI SP para a implantação da Indústria 4.0 nas empresas, composta de cinco fases customizadas, que envolvem ações para mapeamento, controle, otimização, conexão e inteligência. Souza também apontou a importância de se pensar de forma disruptiva na atualidade. “Todo mundo quer seguir tendências, mas quem segue fica atrasado. Quem antecipa fica bem posicionado”, comparou.

CASES – Glauco da Silva Melo, engenheiro de Inspeção de Equipamentos – Confiabilidade da Braskem, falou sobre processo de escaneamento 3D de planta industrial, em implementação na unidade Q3 da empresa, situada no Polo Petroquímico, para a atualização dos documentos de engenharia. “A ideia é ter o modelo 3D da unidade, 100% escaneada, com o máximo de informações técnicas. A ferramenta abre um leque de aplicações, como o uso de realidade aumentada e virtual, em consonância com os projetos da Indústria 4.0”, apontou.

Outro case foi apresentado por Bruno Aquine de Souza, gerente de Produção da Oxiteno, que fez apresentação sobre produção automatizada. Ele apresentou o sistema de operação Three Pot System, que permite realizar todas as etapas de um determinado processo em único equipamento, como também distribuí-las em dois ou três equipamentos, conforme a configuração escolhida.

“Para o mesmo produto, há ciclos de produção mais rápidos, o que gera aumento de produtividade”, contou Souza.

Por último, o público fez perguntas aos palestrantes em sessão de debates, mediada por Flávio Chantre, gerente de Relações Institucionais da Braskem.

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