Indústria de bens de capital cresce mais devagar
A indústria de bens de capital mecânicos dá sinais visíveis de desaceleração no mês de julho, conforme dados divulgados pela Abimaq no último dia 27 de agosto. A receita líquida total no mês de julho, no valor de R$ 6.953,08 milhões é 2,4% superior ao do mês de junho, mas 5,2% menor que no mesmo mês de 2018. A receita líquida interna no mês de julho de R$ 3.754,88 milhões é 9,8% menor que do mês anterior e 17,2% inferior ao do mesmo mês de 2018. O consumo aparente, no total de R$ 10.971,17 milhões no mês de julho, é 1,7% maior que no mês de junho, e 0,9% inferior ao do mesmo mês de 2018.
Com esses resultados, o crescimento acumulado desacelera. Até o final do primeiro semestre, o crescimento era de 3,9% e, em julho, caiu para 2,4%. A receita líquida acumulada até julho soma R$ 46.418,10 milhões.
A desaceleração tende a se tornar mais nítida, pois o mercado doméstico perde o vigor e o mercado global não se mostra em melhor forma, o que sugere que as vendas externas vão ser reduzidas ao longo do ano, embora no mês de julho as exportações tenham dado um salto, somando US$ 846,24 milhões. Esse volume é 24,1% superior tanto em relação ao mês de junho, como em comparação ao mesmo mês de 2018.
Este crescimento foi reflexo das vendas de máquinas e equipamentos para o Paraguai e também para a Holanda, que juntas contribuíram para reduzir a queda acumulada em 2019 de 7,2% no primeiro semestre para 3,2% até o mês de julho. Até junho de 2019, as exportações acumuladas somavam US$ 4.432,27milhões. Com as vendas externas do mês de julho, o volume acumulado de exportações saltou para US$ 5.278,51 milhões.
O crescimento das exportações no mês de julho teve como destaques as vendas de máquinas para logística e construção civil. O segmento possui mais de um terço de participação nas exportações setoriais e, em julho de 2019, exportou 23,9% a mais. No período, ocorreu a venda de caminhões-betoneira para o Paraguai e material para andaime, armações ou escoramentos.
Outro segmento de destaque foi o de componentes para a indústria de bens de capital. O segmento tem participação de 27% nas exportações setoriais e o crescimento no mês de julho foi impulsionado pelas vendas de torneiras e/ou dispositivos semelhantes para canalizações vendidos principalmente para a Holanda e também para os EUA.
As importações no mês de julho de 2019 somaram US$ 1.674,93, refletindo crescimento de 11,1% em relação a junho e de 19,9% em relação ao mesmo mês de 2018. No acumulado do ano até julho, o volume de importados somou US$ 9.455,02 milhões, alta de 10,8% e relação ao mesmo período de 2018.
A Abimaq enfatiza que as importações aumentaram ao longo de todo o segundo trimestre, havendo, portanto, sinais de clara melhora dos investimentos feitos com bens importados. “A expectativa é que este quadro de melhora atinja com mais vigor também a produção doméstica”, comenta a entidade.
No mês de julho houve aumento generalizado das importações. Entre os destaques, está o segmento de componentes para a indústria de bens de capital, com aumento de 35%, puxado pela aquisição de torneiras e/ou dispositivos semelhantes para canalizações, com aumento de 70,6%.
Outro destaque foram as máquinas para a indústria de transformação, com aumento de 46% e predominância nas aquisições de máquinas e equipamentos para controle de qualidade e medição. No ano, até julho, o segmento de componentes sustenta o crescimento das importações, com crescimento de 34,8%.
O consumo aparente foi de R$ 10.971,17 milhões no mês de julho, refletindo aumento de 1,7% em relação a junho e queda de 0,9% na comparação com julho de 2018. No acumulado até julho, o consumo aparente foi de R$ 67.663,79, crescimento de 9,6% na comparação com o mesmo período de 2018. Observe-se que até o final do primeiro semestre o consumo aparente cresceu 11,8%.
A indústria de bens de capital mecânicos operou com 73,9% de sua capacidade instalada, recuando 2,8% em relação ao mês de junho.
A carteira de pedidos continua em níveis baixos. O setor de bens sob encomenda, cuja carteira girava em torno de seis meses, praticamente desapareceu com a falta de investimentos em infraestrutura. No final de julho, o setor empregava 308,967 mil pessoas, aumento de 4,1% em relação ao ano anterior.