Indústria eletroeletrônica cresce 5% nominal no ano; para 2020 projeção é de expansão de 8%

A indústria eletroeletrônica vai encerrar 2019 com faturamento nominal de em R$ 154 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que divulgou no dia 5 de dezembro os anuais. O crescimento nominal foi de 5% na comparação com 2018 (R$ 146,1 bilhões). Porém, não houve aumento real, porque a inflação do setor, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), também fechou o ano em 5%.
A produção industrial de bens eletroeletrônicos também apresentou estabilidade em 2019 em relação ao ano passado. Já a utilização da capacidade instalada subiu de 74% em 2018 para 75% este ano.
A estabilidade no faturamento e na produção do setor ocorre após dois anos consecutivos de resultados positivos. “Este ano o setor andou de lado e não conseguimos apresentar crescimento”, afirma o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato. Ele ressalta que a atividade produtiva ficou aquém das expectativas, em função, principalmente, da demora na aprovação das reformas, que só tiveram encaminhamento positivo no segundo semestre.
Apesar da estabilidade na produção e no faturamento, o setor empregou mais. O número de empregados do setor subiu de 232,2 mil para 235 mil trabalhadores em 2019, um acréscimo de 2,8 mil postos de trabalho – um aumento de 1,2%.
Apesar disso, a indústria eletroeletrônica está longe de alcançar os níveis de emprego dos anos anteriores. Em dezembro de 2013, o setor empregava 308,6 mil trabalhadores. “São empregos que dificilmente serão recuperados”, afirma Barbato.
BALANÇA COMERCIAL – As exportações pouco contribuíram para o faturamento da indústria eletroeletrônica, com queda de 5% em 2019, passando de US$ 5,9 bilhões para US$ 5,6 bilhões. Já as importações subiram 1%, de US$ 31,8 bilhões, em 2018, para US$ 31,9 bilhões este ano.
Com isso, o déficit da balança comercial deve atingir US$ 26,4 bilhões, total 2% superior ao apresentado em 2018 (US$ 25,9 bilhões).
PERSPECTIVAS – Para 2020, os empresários do setor têm expectativas favoráveis. A mais recente Sondagem realizada com os associados da Abinee indicou que 76% das empresas projetam crescimento nas vendas/encomendas no próximo ano; 21%, estabilidade e apenas 3%, queda.
Também o último Índice de Confiança do Setor Eletroeletrônico (Icei) divulgado pela Abinee, em novembro, atingiu 61 pontos. Acima de 50 pontos, o ICEI indica confiança do empresário. “Estamos encerrando 2019 com um Índice de Confiança positivo, porém menor do que o do ano passado”, observa Barbato. Em novembro de 2018, logo depois das eleições, o otimismo era maior e o Icei havia alcançado 65,2 pontos.
Considerando a projeção de crescimento do PIB de 2,2% e inflação em torno de 3,6% ao ano em 2020, o setor eletroeletrônico espera um crescimento nominal de 8% e real (descontada a inflação) de 4% no faturamento, que deve alcançar R$ 166 bilhões.
A Abinee também projeta elevação de 3% na produção e aumento no nível de emprego, que deve passar de 235 mil para 239 mil trabalhadores. As exportações devem crescer 4% (US$ 5,8 bilhões) e as importações, 11% (US$ 35,3 bilhões) – neste último caso, em função da esperada ampliação na atividade produtiva. “Aos poucos a economia vai se reativando e o ambiente parece demonstrar uma maior confiança dos empresários”, afirma o presidente do Conselho da Abinee, Irineu Govêa.