Eletrônica e Informática

Indústria eletroeletrônica do país fecha o ano no azul; expectativas são otimistas para 2021

O faturamento da indústria eletroeletrônica deverá encerrar 2020 em R$ 173,4 bilhões, com crescimento nominal de 13% na comparação com 2019 (R$ 153 bilhões). O aumento real foi de 1%, pois a inflação do setor, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), fechou o ano em 12%. A produção industrial de bens eletroeletrônicos apresentou queda de 2% em 2020 em relação ao ano passado. Já a utilização da capacidade instalada caiu de 78% para 75% este ano. O nível de emprego apresentou incremento de 4%, passando de 234 mil em dezembro de 2019 para 243 mil pessoas no final deste ano. As informações foram divulgadas ontem (10 de dezembro) pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), em sua coletiva de imprensa anual.

O presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, observa que até maio todos os indicadores apontavam para um cenário drástico em 2020, em razão da pandemia, mas o dinamismo e a resiliência do setor reverteram a curva descendente dos indicadores. “As empresas conseguiram fazer uma leitura rápida do atual cenário, adequando processos e linhas de produção para a nova realidade”, afirma.

Segundo Barbato, no cenário de restrição por conta do isolamento social, os bens e serviços de tecnologia, disponibilizados pelo setor, têm sido fundamentais para conectar as pessoas, fazer girar a economia, manter as empresas operantes, possibilitar entretenimento, acesso à educação, atender a necessidades de abastecimento, além de otimizar e facilitar o acesso dos consumidores a serviços essenciais.

O presidente do Conselho de Administração da Abinee, Irineu Govêa, observa que, mesmo em uma situação tão extrema, o setor eletroeletrônico tem dado mostras de que consegue resistir às condições mais adversas, dando continuidade ao trabalho e mantendo a produção em suas fábricas adaptando-se à nova realidade a fim de trazer proteção aos trabalhadores. “Programas como o auxílio emergencial, a manutenção do emprego e da renda e outras iniciativas permitiram minimizar o impacto da crise para os que não dispõem de condições econômicas para se manter na pandemia”, diz.

 

BALANÇA COMERCIAL – As exportações pouco contribuíram para o faturamento da indústria eletroeletrônica, com queda de 21% em 2020, passando de US$ 5,6 bilhões para US$ 4,4 bilhões. Já as importações caíram 10%, de US$ 32 bilhões, em 2019, para US$ 28,9 bilhões este ano.

Com isso, o déficit da balança comercial deve atingir US$ 24,5 bilhões, total 8% inferior ao apresentado em 2019 (US$ 26,5 bilhões).

 

PERSPECTIVAS – Para 2021, os empresários do setor têm expectativas favoráveis. A mais recente Sondagem realizada com os associados da Abinee indicou que 75% das empresas projetam crescimento nas vendas/encomendas no próximo ano; 22%, estabilidade e apenas 3%, queda.

Também o último Índice de Confiança do Setor Eletroeletrônico (Icei) divulgado pela Abinee, em novembro, atingiu 62,9 pontos. Acima de 50 pontos, o ICEI indica confiança do empresário. “Estamos encerrando 2020 com um Índice de Confiança positivo e superior ao do ano passado”, observa Barbato. Em novembro de 2019, o Icei havia alcançado 61 pontos.

Considerando a projeção de crescimento do PIB de 3,5% e inflação em torno de 3,3% ao ano em 2021, o setor eletroeletrônico espera um crescimento nominal de 12% e real (descontada a inflação) de 7% no faturamento, que deve alcançar R$ 194 bilhões.

A Abinee também projeta elevação de 6% na produção e aumento de 3% no nível de emprego, que deve passar de 243 mil para 249,5 mil trabalhadores. As exportações devem crescer 7% (US$ 4,7 bilhões) e as importações, 10% (US$ 31,6 bilhões).

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