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Indústria naval tem expectativa de sair da crise com a demanda do setor de petróleo e gás

Indústria naval tem expectativa de sair da crise com a demanda do setor de petróleo e gás

A indústria naval brasileira viveu um ápice em 2014, depois de anos de esquecimento. Chegou a criar 80 mil empregos diretos e 400 mil indiretos. Porém, hoje o setor experimenta uma enorme crise. O setor perdeu mais de 50 mil postos de trabalho. Dos 28 estaleiros associados ao Sinaval, 12 não estão operando. E os que restaram encontram-se na UTI, agarrando-se aos seus últimos contratos para não fecharem as portas. A Petrobras, principal demandante de navios e plataformas no país, foi afetada pela crise política e econômica, interrompeu projetos, engavetou novas iniciativas e tem pressionado por uma política de baixo conteúdo local. E não se trata apenas da Petrobras, segundo o Panorama Naval no Rio de Janeiro 2018, lançado no último dia 13 de novembro pela Firjan.

A boa notícia, segundo o estudo que avalia o potencial, as perspectivas e oportunidades para a industrial naval até 2030, é que as possibilidades de crescimento são bastante favoráveis principalmente para atender à demanda de petróleo e gás.

“Essa terceira edição do Panorama Naval no Rio de Janeiro tem como propósito principal tornar mais claro o horizonte de negócios sobre a indústria naval fluminense e nacional. Além das entidades parceiras, foram ouvidas representantes de cerca de 50 empresas, garantindo uma análise qualificada para o mercado”, destacou a gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Karine Fragoso.

Presidente da Firjan Leste Fluminense, Luiz Césio Caetano, lembrou que a participação das empresas nas últimas rodadas de licitação de petróleo, confirma a posição de destaque do estado do Rio na indústria global de petróleo, a principal demandante da indústria naval fluminense e brasileira. “Nosso compromisso é promover a interação entre instituições e governos, de forma a garantir efetividade na implementação de uma política industrial voltada ao desenvolvimento da indústria fluminense”, assegurou.

Já o líder especialista do Núcleo Naval do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da Firjan, Paulo Rolim, afirmou que é fundamental fortalecer os elos do encadeamento produtivo de petróleo e gás. “Devido à enorme capacidade de transformação socioeconômica da indústria naval, este elo deve ser foco prioritário. Nosso compromisso é com a construção de um ambiente melhor para todos, investidores, empregadores e empregados, contribuintes e consumidores”, disse Rolim, citando também a área de Defesa e a navegação de cabotagem como demandantes da indústria naval.

Sergio Bacci, vice-presidente do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval Offshore), ressaltou a capacidade técnica da indústria naval fluminense e a necessidade da retomada da geração de emprego e renda para os trabalhadores, “os mais atingidos pela crise dos últimos anos”.

Marcus Círio, gerente geral do Estaleiro Brasa, destacou gargalhos do setor, mas ressaltou a vocação da indústria naval fluminense para atuar na construção e integração de módulos, reparo e manutenção de embarcações. Segundo ele, é necessário ultrapassar os obstáculos para transformar o Rio de Janeiro no hub offshore.

Vice-presidente executiva da Abeam (Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo), Lilian Schaefer defendeu a importância do marco regulatório para a atividade, lembrando que o setor deverá quase que dobrar o número de embarcações até 2027.
Também presente no evento, o capitão de Mar e Guerra da Marinha do Brasil, Luciano Ponce, mostrou a necessidade de investimentos para a defesa dos sistemas de produção offshore e de vigilância da Amazônia Azul. Entre as demandas da Marinha está o projeto Corveta Classe Tamandaré.

RECORTE REGIONAL – A edição deste ano também apresenta um recorte regional, destacando a importância da indústria naval para o Leste Fluminense. Secretário de Administração da prefeitura de Niterói, Fabiano Gonçalves listou as ações promovidas para melhorar o desempenho da indústria naval no munícipio: melhorias no acesso da Ilha da Conceição, liberação da licença ambiental para a dragagem do Canal de São Lourenço e o acesso da ponte da Ilha do Caju.

Já o secretário de Desenvolvimento Econômico, Comércio e Petróleo do município de Maricá, Alan Novais e Alves, citou os investimentos realizados para atender à indústria offshore, já que o município é confrontante da Bacia de Santos. Além da recente ampliação do aeroporto para receber os helicópteros que atendem as plataformas marítimas e as empresas de logística, Maricá quer desenvolver um polo tecnológico focado na indústria de óleo e gás e o setor de saúde, duas indústrias com forte apelo de inovação e tecnologia.

O Panorama Naval do Rio de Janeiro 2018 visite está disponível no link: http://www.firjan.com.br/publicacoes/publicacoes-de-economia/panorama-naval-no-rio-de-janeiro-2016-1.htm#pubAlign

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