Eletrônica e Informática

Inovações tecnológicas proporcionam vantagens táticas nos campos de batalha

Na história da humanidade, os períodos de conflitos costumam ser  marcados por seus avanços tecnológicos e pela corrida em busca de vantagens táticas no campo de batalha. Desde o início da guerra entre Ucrânia e Rússia, por exemplo, novas tecnologias foram introduzidas no setor armamentista, como drones, robôs e inteligência artificial.

Recentemente, foi revelado que a IA também está sendo utilizada no conflito entre Israel e Palestina, através de softwares de reconhecimento facial e de voz. Em meio a este cenário devastador, a tecnologia está ajudando os israelenses na localização dos mais de mil desaparecidos.

 

Hoje, o Israel é uma das nações mais tecnológicas do mundo e já ocupou a 5ª posição no índice de Inovação da Bloomberg, ranking que mede o desempenho anual dos países em níveis de pesquisa e desenvolvimento, educação tecnológica, e patentes. Entre os fatores que levaram a nação a ter sucesso podemos destacar a inovação e o empreendedorismo como um dos principais atributos, com mais de 300 centros de pesquisa e desenvolvimento.

 

Além disso, Israel se tornou um celeiro de startups, com diversas M&A (fusão e aquisição) bem-sucedidas. Menor que o estado de Sergipe, no Brasil, o país tem destaque e é considerado um hub de tecnologia e referência global com um dos melhores ecossistemas de inovação do mundo.

 

Sylvia Bellio, especialista em cibersegurança e CEO e co-fundadora da itl.tech – empresa eleita por quatro anos consecutivos o Maior Canal de Vendas Dell Technologies – explica como as ferramentas tecnológicas utilizadas no conflito do Oriente Médio auxiliam nos campos de batalha. “A IA, por exemplo, é uma tecnologia que usa algoritmos e sistemas de aprendizado de máquina para processar dados e identificar padrões”, afirma. “Dessa maneira, ela pode ser utilizada em duas frentes principais: vigilância e tomada de decisões.”

 

Considerado uma tecnologia de segurança biométrica, o reconhecimento facial e de voz se utiliza de algoritmos e softwares de inteligência artificial para identificar características de um sujeito, traçando padrões nos rostos das pessoas. “O reconhecimento facial verifica se os padrões biométricos condizem com a identidade”, explica Bellio.

 

E é justamente com o uso desta tecnologia que centenas de especialistas estão verificando imagens e vídeos à procura de informações relevantes que possam identificar desaparecidos em meio ao confronto em Israel e também localizar o paradeiro de reféns feitos pelo Hamas. “Com o uso da IA qualquer detalhe pode ser crucial e servir como uma pista para definir essa localização, como uma peça de roupa ou algum objeto, por exemplo”, diz a especialista.

 

Já o reconhecimento de voz é realizado a partir da análise das ondas sonoras produzidas por uma pessoa. “As ondas são individuais e formam um espectrograma, um tipo de foto da sua voz, criada através de cálculos matemáticos”, comenta Sylvia.

 

Nestes casos, através do aprendizado de máquina e da inteligência artificial, as informações da base de dados são comparadas com as novas que desejam analisar. “Quanto maior for esse banco de dados, mais acurada será a IA e seus resultados”, explica a especialista.

 

Já os drones, ou Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), podem desempenhar um papel fundamental em três setores: reconhecimento e vigilância; ataques precisos; e redução de riscos humanos. “Ao fornecer informações em tempo real sobre as atividades rivais, os drones permitem que as forças militares tomem decisões informadas, realizando ataques mais precisos e diminuindo os riscos para soldados e civis”, diz Sylvia.

 

Por fim, temos os robôs, que estão sendo cada vez mais utilizados em áreas de conflito. A especialista explica que estes dispositivos autônomos são fundamentais para substituir os humanos em situações de risco, como desativar dispositivos explosivos. “Além da desminagem, você pode ter esses robôs em áreas de difícil acesso, seja para transportar suprimentos ou fornecer assistência médica”, exemplifica.

 

HISTÓRIA – Ao longo desses anos – e depois de diversos confrontos registrados – observamos como a evolução da tecnologia e da ciência durante esses períodos foram benéficas para o crescimento e inovação de milhares de recursos. Para se ter uma ideia, foi durante a Segunda Guerra Mundial que o GPS começou a ser usado, já que a sua implementação é, parcialmente, feita por meio de sistemas de navegação via rádio, auxiliando não só centenas de militares, mas milhares de civis até hoje.

 

Já na Guerra Fria, a chegada do computador possibilitou o desenvolvimento de cálculos balísticos e foi peça chave na criação da bomba de hidrogênio, testada pelos EUA em 1952.

 

DESAFIOS – Os benefícios dessas tecnologias são incontestáveis, em termos de eficácia e praticidade. No entanto, sua utilização tem gerado muitas discussões, principalmente sobre questões éticas e legais importantes. “A maioria das legislações não conseguiu acompanhar os avanços tecnológicos e, por isso, muitas ainda não possuem regulamentações internacionais”, explica a especialista.

Sylvia ainda ressalta que tais regras são fundamentais para que o uso dessas tecnologias seja responsável e se mantenha em conformidade. “É importante considerar possíveis erros das máquinas e garantir que essas tecnologias estejam sendo utilizadas de forma correta para evitar riscos e problemas com a lei”, conclui.

 

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