Mercado de veículos elétricos deverá movimentar US$ 2,6 bilhões até 2028 no Brasil
O mercado de veículos elétricos no Brasil deverá crescer 17,1% anualmente, atingindo US$ 1,2 bilhão até o final de 2024. Espera-se que a adoção de veículos elétricos cresça de forma constante entre 2024-2028, registrando uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 21,9% durante o período. O mercado de veículos elétricos no Brasil aumentará de US$ 1 bilhão em 2023 para US$ 2,6 bilhões em 2028, de acordo com o relatório “Brazil Electric Vehicle and Charging Infrastructure Market Databook – 75+ KPIs Covering EV Market Size by Value and Volume, Vehicle Type, Price Point, Propulsion Type, Component, Location – Q2 2024 Update”, da ResearchAndMarkets.com
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As empresas globais, incluindo a BYD, estão investindo no desenvolvimento de instalações de produção no país. O investimento faz parte da estratégia de contornar as tarifas de importação de veículos elétricos no Brasil.
As empresas também estão firmando colaborações estratégicas para melhorar a infraestrutura de carregamento no Brasil. A empresa brasileira de energia Raízen, em fevereiro de 2024, firmou parceria estratégica com a BYD. As duas empresas, como parte desta colaboração, pretendem estabelecer uma rede de 600 estações de recarga de veículos elétricos em oito grandes cidades do Brasil.
De acordo com um relatório do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio, as importações de automóveis de passageiros aumentaram 46,6% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do primeiro trimestre de 2023. Os veículos chineses representaram aproximadamente 40% do total das importações. A enxurrada de veículos elétricos chineses que entram no mercado brasileiro foi em grande parte impulsionada pelas tarifas de importação que visam proteger a produção local.
Desde 2015, o Brasil aplica com zero imposto de importação sobre veículos elétricos. No entanto, o governo está tomando medidas para restabelecer os impostos ainda em 2024, para estimular o desenvolvimento da produção interna. Os veículos totalmente elétricos estavam sujeitos a um imposto de importação de 10%, desde janeiro de 2024. Isso aumentou para 18% em julho de 2024 e chegará a 35% em julho de 2026. Os veículos híbridos, por outro lado, começaram a ter imposto de importação de 15% no início do ano, que aumentou para 25% em julho de 2024 e chegará a 35% em julho de 2026.
Com isso, os importadores aumentaram suas importações de veículos antes do aumento de impostos no mercado brasileiro. As montadoras chinesas, à luz do aumento de impostos, também estão aumentando seus investimentos no Brasil. BYD e Great Wall Motor, duas das empresas chinesas de veículos elétricos, estão construindo fábricas no Brasil. O investimento nestas fábricas permitirá às empresas vender veículos elétricos isentos de tarifas em toda a região. A BYD prevê iniciar os seus planos de produção até meados de 2025 na nova fábrica.
O aplicativo de mobilidade 99, em maio de 2024, anunciou que o grupo de empresas que busca expandir o transporte urbano no Brasil dobrou a meta de veículos elétricos para 20 mil. Isso ocorre depois de um desempenho melhor do que as expectativas desde o lançamento da Aliança pela Mobilidade no Brasil em 2022.
A aliança, que inclui empresas como Raízen, Movida e BYD, planejava inicialmente atingir 10.000 carros elétricos ligados ao aplicativo da 99 até ao final de 2025. No entanto, dada a situação atual, a aliança aumentou a sua meta para 20.000 até 2025.
A 99, que é uma das maiores concorrentes da Uber no Brasil, não divulgou o valor do investimento realizado na aliança. No entanto, o diretor sênior de Inovação da 99, revelou que o grupo de empresas injetou 47,34 milhões de dólares na iniciativa. O aumento da meta ocorre logo depois que o Brasil ultrapassou a Bélgica como o maior mercado de exportação de veículos elétricos chineses.
Uma das maiores empresas brasileira sde energia, a Raízen, em fevereiro de 2024, firmou parceria estratégica com a BYD. As duas empresas, como parte desta colaboração, pretendem estabelecer uma rede de 600 estações de recarga de veículos elétricos em oito grandes cidades do Brasil. Esta medida visa atender à crescente necessidade de infraestrutura de recarga no crescente mercado de veículos elétricos do Brasil.
As estações de recarga terão a marca Shell Recharge e serão instaladas ao longo dos próximos três anos nos principais centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e outras seis capitais de estado. O aplicativo Shell Recharge está disponível para download na loja Google Play. A Raízen, controlada pela Shell e pelo conglomerado Cosan, deverá ser fundamental no desenvolvimento desta rede de postos de recarga, visando uma participação de mercado de 25%.
A ABB, em janeiro de 2024, também firmou colaboração com o Grupo Graal para desenvolver infraestrutura de recarga de veículos elétricos no Brasil. Mais de 40 carregadores rápidos e semirrápidos da ABB estão sendo instalados nos pátios e estações de serviço da Graal nos cinco principais estados do Brasil. Isso inclui São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Espera-se que essas parcerias estratégicas impulsionem ainda mais a adoção de veículos elétricos no mercado brasileiro, por meio de uma infraestrutura de carregamento melhorada, no médio prazo.