Eletrônica e Informática

Uso de TV Boxes piratas traz riscos físicos e de ataques hackers

Os chamados TV Boxes piratas oferecem acesso ilegal a canais fechados e serviços de streaming, mas essa economia pode sair caro para os consumidores, tanto em termos de segurança quanto de privacidade, alerta a Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac). Esses dispositivos, que se assemelham aos produtos legítimos, não passam pelos processos de certificação e conformidade que garantem a segurança e o desempenho adequados. Como resultado, os TV Boxes piratas podem apresentar sérios riscos físicos, como curtos-circuitos e incêndios, devido à falta de controle de qualidade na fabricação. “Sem a certificação necessária, esses aparelhos podem não atender aos padrões mínimos de segurança elétrica, colocando em risco a vida dos usuários”, destaca o vice-presidente de Telecomunicações da Abrac, Fabio Jacon.

 

Além dos perigos físicos, o uso desses dispositivos representa uma ameaça significativa à segurança digital dos usuários. Um estudo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) comprovou que os TV Boxes ilegais não só acessam os dados que trafegam na rede doméstica, mas também podem ser utilizados em ataques cibernéticos, como o DDoS (ataque de negação de serviço distribuído). O estudo, realizado por um grupo de trabalho multidisciplinar, identificou backdoors abertos por aplicativos Android em alguns desses aparelhos, permitindo acesso a todos os sinais da rede à qual o dispositivo está conectado, inclusive a dados pessoais.

 

“A conexão desses dispositivos à rede doméstica pode abrir portas para cibercriminosos, expondo os dados pessoais e financeiros dos usuários”, acrescenta Jacon. A Anatel também constatou que os TV Boxes piratas são capazes de participar de ataques DDoS, em que vários aparelhos bombardeiam um servidor com solicitações simultâneas, causando lentidão ou até mesmo tirando o serviço do ar.

 

Do ponto de vista econômico, os consumidores que optam por esses aparelhos muitas vezes acabam gastando mais a longo prazo. “O barato pode sair caro, especialmente quando o aparelho falha e precisa ser substituído, ou quando os danos causados pelo uso de produtos não certificados geram custos ainda maiores”, alerta o vice-presidente de Telecomunicações da Abrac.

 

Além disso, a compra de TV Boxes pirateados contribui para a evasão fiscal e prejudica as empresas que investem em tecnologia, segurança e conformidade. A longo prazo, esta prática enfraquece o mercado formal, reduzindo a capacidade de inovação e a geração de empregos no setor de tecnologia no Brasil

 

TV Boxes homologados passam por testes que avaliam aspectos como segurança elétrica, compatibilidade eletromagnética, desempenho e resistência, assegurando que o dispositivo não representa perigo ao ser conectado à rede doméstica. Apenas após a aprovação em todas essas etapas, os produtos são liberados para comercialização, garantindo aos consumidores uma experiência segura e protegida. A homologação é realizada pela Anatel após a conclusão desses processos. “É essencial que os consumidores escolham produtos certificados para garantir segurança, desempenho e o respeito aos seus direitos”, conclui Jacon.

 

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