Eletrônica e Informática

Na média, cada pessoa produz 7 kg de lixo eletrônico ao ano e só 17% são reciclados

O problema do lixo eletrônico, ou e-waste, só aumenta. Cerca de 54 milhões de toneladas métricas lixo eletrônico são produzidos por ano, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e parceiros. Isso equivale a 7 kg para cada pessoa na Terra; um número previsto para dobrar até 2050 se nada for feito. Apenas 17% do lixo eletrônico são reciclados.

No Brasil também, sabe-se que a quantidade de lixo eletrônico aumenta, mas empreendimentos que se dedicam à reciclagem operam com capacidade ociosa. A Coopermiti, de São Paulo, por exemplo, trabalha com 70% de capacidade ociosa.

Por outro lado, há oportunidades tornar a indústria eletrônica circular. Os metais preciosos e escassos que os dispositivos contêm podem ser reutilizados quase que indefinidamente, e tecnologias emergentes que facilitam sua recuperação podem reduzir drasticamente a necessidade de mineração. O progresso paralelo em placas de circuito recicláveis ​​e biodegradáveis ​​poderia eliminar os ingredientes mais tóxicos dos eletrônicos e permitir que os consumidores joguem no lixo os dispositivos sem culpa.

Segundo a revista Nature, o lixo eletrônico é uma categoria que compreende uma gama diversificada de equipamentos elétricos, para os quais o material pode variar tanto quanto sua forma e função. Uma estimativa sugere que até 69 elementos químicos diferentes podem ser encontrados no lixo eletrônico. “Observamos 10 placas de circuito impresso de smartphones diferentes e descobrimos que a variação no conteúdo do material era bastante significativa”, declarou à Nature, Jeff Kettle, engenheiro eletrônico da Universidade de Glasgow, no Reino Unido.

Blocos de construção padrão, como silício, ferro e cobre, são normalmente unidos por elementos mais exóticos. Isso inclui metais preciosos altamente condutores, como platina e ouro, bem como elementos de terras raras, como o neodímio, que possuem propriedades magnéticas e elétricas únicas. Embora não sejam geologicamente raros, esses elementos são logisticamente difíceis de obter e são provenientes principalmente de apenas alguns países – principalmente da China. Alguns dispositivos também contêm metais pesados, como chumbo e cádmio, que ameaçam seriamente a saúde humana e ambiental.

No Brasil, o problema do lixo eletrônico ainda necessita ser solucionado. De acordo com a cooperativa de resíduos eletrônicos, Coopermiti, grande parte dos grupos empresariais ainda preferem armazenar o lixo eletrônico nos almoxarifados por falta de uma cultura de descarte regular de peças e dos dados armazenados.

“O almoxarifado de algumas empresas é um verdadeiro museu com computadores, monitores, smartphones corporativos e uma infinidade de fios. Do ponto de vista ambiental, este tipo de resíduo não pode ser jogado no lixo comum, mas ainda há uma questão de cibersegurança: os aparelhos podem guardar dados sensíveis. O problema é que armazená-los dentro da própria empresa não é mais seguro nem para o sigilo das informações e nem para o meio ambiente”, explica Alex Pereira, presidente da Coopermiti.

O destino mais seguro para estes componentes é a reciclagem. Na capital paulista, a Coopermiti, é uma das pioneiras no serviço e possui parceria com a Prefeitura de São Paulo para receber e oferecer a destinação correta deste tipo de resíduo. Todavia, mesmo com o crescimento de uma cultura ESG nas empresas, a cooperativa trabalha com apenas 30% da capacidade de reciclagem.

De acordo com a Lei n°12.305, ao realizar a troca de certos produtos, é obrigatório manter documentos que comprovem a efetiva destinação ou reciclagem. A Coopermiti oferece a emissão de Laudo Técnico de Manufatura Reversa e Gestão dos Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos com rastreabilidade e a ação ainda pode se reverter em Índices Sociais e Ambientais para a empresa – com ações de apoio ao projeto socioambiental da Coopermiti.

CIBERSEGURANÇA –  A cooperativa ainda garante a segurança dos dados que possam estar armazenados nos aparelhos. A Coopermiti oferece o serviço de destruição segura de dados com ou sem laudo. Para cada descarte de pessoa jurídica emitem o Termo de Responsabilidade e para alguns itens oferece o serviço de destruição segura de dados com emissão do laudo.

“O principal desafio é implementar uma cultura de sustentabilidade dentro das empresas de ponta a ponta, desde a compra de equipamentos até o descarte. A reciclagem de lixo eletrônico é importante para o meio ambiente, mas não precisa ser um obstáculo para os negócios, pelo contrário, uma política ESG eficiente, beneficia a comunidade e fortalece a marca”, conclui. (Franco Tanio)

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