Pedidos para a indústria de máquinas-ferramenta da Alemanha aumentam, mas inflação pressiona lucratividade

Os pedidos recebidos pela indústria alemã de máquinas-ferramenta no terceiro trimestre de 2022 aumentaram 9% em relação ao ano anterior. Os pedidos da Alemanha aumentaram 3%, enquanto os do exterior aumentaram 12%. A demanda aumentou 26% nos primeiros nove meses de 2022. Os pedidos domésticos e estrangeiros contribuíram em igual medida para isso, respondendo por um crescimento de 25 e 26%, respectivamente. Os dados foram divulgados no dia 24 de novembro pela da VDW, a Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas-Ferramenta. Apesar dos dados positivos, os preços para os fabricantes do setor sofrem forte aumento, pressionando a lucratividade das empresas. As empresas do setor também estão preocupadas com as questões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia e a desaceleração da economia da China.

A maioria (70%) das máquinas-ferramentas alemãs é produzida para exportação, que aumentou 5% ano a ano no primeiro semestre de 2022, e 11% delas foram exportadas para compradores asiáticos. No entanto, apenas 5% desse volume foram embarcados para a China, o maior mercado de exportação dos fabricantes alemães. Japão, Índia e alguns outros mercados asiáticos registraram taxas de crescimento de dois dígitos durante o primeiro semestre de 2022.

“As encomendas da nossa indústria têm resistido bem até agora, apesar de todos os fatores adversos. Embora o crescimento esteja claramente desacelerando, setembro e o terceiro trimestre como um todo são positivos”, diz o dr. Wilfried Schäfer, diretor executivo da VDW. “No entanto, houve um aumento de 8% nos preços ao produtor na indústria de máquinas-ferramenta no terceiro trimestre. O efeito disso foi que os ganhos estagnaram com base nos preços ajustados. Como estamos vendo em todos os lugares, a inflação está corroendo nosso crescimento”, continua Schäfer.

Os pedidos do ano como um todo estão nominalmente apenas 7% abaixo do volume recorde registrado em 2018. Esse nível recorde foi igualado no exterior, mas os números do mercado doméstico estão um quinto abaixo dele.

Ao mesmo tempo, a utilização da capacidade aumentou para pouco mais de 90% em outubro. “Parece que os gargalos de abastecimento estão diminuindo um pouco”, diz Schäfer. Isso fica evidente nas vendas, que também aumentaram em 10% nos primeiros nove meses.

A usinagem é o maior setor na indústria de máquinas-ferramenta e, com sua base de clientes heterogênea, está ultrapassando o setor de conformação, registrando um aumento de 17%. A conformação é dominada pelo setor de prensagem, é frequentemente usado em projetos de grande escala e é caracterizado por oscilações cíclicas menos proeminentes. As vendas aqui caíram 6% nos três primeiros trimestres do ano. No entanto, isso pode ser explicado pela forte base do ano anterior. A tecnologia de conformação cresceu um quinto em 2021, enquanto a usinagem foi de apenas 3%.

O setor espera que os pedidos esfriem visivelmente no quarto trimestre. A Alemanha e a Europa, em particular, estão ficando para trás, enquanto a Ásia e a América, que foram pouco afetadas pela crise energética, devem ter um desempenho mais sólido. “Mesmo assim, terminaremos o ano com crescimento geral da produção”, diz Schäfer, resumindo as perspectivas. A grande carteira de pedidos garantirá que a produção continue alta, pois leva tempo para processar os pedidos, explica. (Franco Tanio)