Na pandemia, 97,56% dos brasileiros acessaram a internet todos os dias
A internet virou companheira quase que imprescindível dos brasileiros. Pesquisa realizada pela divisão de Mídia da Nielsen Brasil em parceria com a Toluna, com foco em hábitos e tendências do consumo digital, mostrou que 97,56% das pessoas consultadas acessaram a internet todos os dias em junho. A grande maioria usou a rede mais para entretenimento do que para o trabalho.
Com a necessidade de permanecer no lar devido ao isolamento imposto pela pandemia do coronavírus, 93,2% dos entrevistados responderam que o acesso foi para assistir filmes, vídeos e programas de TV; 86,97% declararam ouvir música; 77,47% usaram a rede para pesquisas, consultas e e-mail; 77,24% para interagir nas redes sociais; 68,06% para ler notícias; 64,85% para jogar online; 64,5% para fazer compras; 52,87% para administrar sua vida bancária; 50,4% para pedir delivery e 40,84% para trabalhar.
“A prevalência do entretenimento no uso diário das pessoas deixou claro que a internet se tornou a principal companheira nesta pandemia”, afirmou a líder de Mídia da Nielsen, Sabrina Balhes. “Conteúdo de áudio e vídeo sob demanda, aliado às redes sociais, viraram um escape neste momento em que as pessoas passam mais tempo dentro do que fora do domicílio”, acrescentou.
Sabrina destaca ainda que a TV e as redes sociais apresentaram a maior evolução de uso na comparação com o ano passado: 74,8% das pessoas entrevistadas apontaram que estão usando mais a internet para ver vídeos, filmes e programa de TV neste ano, contra o mesmo período de 2019. No caso das redes sociais, 66,8% disseram estar mais conectados nas mídias (versus 2019).
TRABALHO REMOTO – O trabalho remoto tem a internet como sua principal ferramenta, com 40,8% das pessoas declarando ter feito suas tarefas online. Na comparação com o mesmo período analisado em 2019, 33,6% dos respondentes disseram ter aumentado o tempo destinado a essa atividade. Segundo os dados, 15,1% dos entrevistados declararam dedicar mais de 15 horas semanais ao trabalho online, 13,3% de 10 a 15 horas e 16,2% de 7 a 10 horas, exercendo suas atividades laborais via web.
E os smartphones ganharam força neste cenário pandêmico: 44,9% afirmam navegar mais de 15 horas semanais na internet usando smartphone, seguido de laptop/notebook (13,7%), desktop (11,7%), smart TV/TV (11,2%) e tablets (2,9%).
Segundo Renata Bendit, líder do time de Satisfação do Cliente na América Latina da Toluna, “o home office tende a ser uma nova forma de rotina para os brasileiros, principalmente para as grandes cidades. Muitos empresários perceberam que durante a pandemia houve uma produção melhor ou pelo menos igual àquela que havia no escritório, e ainda existe uma grande chance de economizar com contas do escritório, como luz, aluguel, até com vale transporte entre outros”.
Comportamento que fica mais evidente na análise do local de acesso à internet no período, que passou a ser uma atividade domiciliar. Respondendo a uma questão com múltiplas respostas, 89,8% dos entrevistados informaram que a usaram de casa durante a semana, 75,2% entraram na rede no fim de semana e 35,38% acessaram da casa de amigos e parentes. Por outro lado, apenas 24,5% afirmaram ter conectado à internet do trabalho, 20,2% no transporte, 11.37% em um espaço público e 10,99% em lojas ou shoppings.
HÁBITOS E CONSUMO – Na análise do consumo por faixa etária, as atividades mais acessadas por pessoas de 46 a 55 anos foram: jogos de azar, apps de mensagem ou bate papo e shows gravados. Também é a faixa que mais lê jornal/revista online (47%), porém a terceira que mais lê jornal/revista impresso (17,98%). A leitura de veículos de comunicação impresso é liderada pela faixa etária superior a 56 anos, e em segundo lugar aparecem pessoas com 36 a 45 anos.
Com restrições de circulação para evitar o contágio da Covid-19, os brasileiros passaram a comprar mais online e também a utilizar mais serviços de delivery. De acordo com o estudo da Nielsen Mídia, 50,4% dos pesquisados disseram ter usado delivery no período.
Quando o assunto é e-commerce, 64,5% dos pesquisados disseram ter adquirido algo via internet, o que significa uma alta na comparação com o mesmo período do ano passado, quando 46,2% disseram ter aumentado o tempo dedicado nas compras online.
Durante o mês de junho, os participantes da pesquisa disseram ter visualizado mais publicidade de alimentos (66,5%), bebidas (58,5%) e limpeza (52,5%). Mas, na hora de desembolsar no comércio eletrônico, a procura foi maior por alimentos (46,2%), roupas (33,2%) e papelaria (46,2%).
A Nielsen Mídia e a Toluna entrevistaram 1.260 pessoas das classes A, B e C, segundo critério de classificação de classes utilizado pela Abep – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, onde pessoas da classe C2 tem renda média domiciliar de R$ 4.500 por mês. Estudo feito com pessoas acima de 16 anos, de todas as regiões brasileiras, com 3 pontos percentuais de margem de erro e 95% de margem de confiança. A coleta de dados ocorreu no dia 30 de junho de 2020, considerando as quatro semanas anteriores à sua aplicação, e em algumas questões somente na semana anterior (entre 24 e 30 de junho).