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O papel da energia em uma sociedade cada vez mais conectada

Pedro Al Shara

 

 

Casas conectadas, aparelhos que respondem por mensagem de voz, sistemas de luz que diminuem e aumentam a intensidade conforme o número de pessoas no local, essas são apenas algumas das inovações que estamos vivenciando nos últimos anos e com certeza podemos esperar muitas outras durante os próximos meses, principalmente com o uso de inteligência artificial. Hoje, devido ao trabalho e o estudo remoto, a residência assumiu o papel de ser mais do que um lar, de ser um ambiente hiperconectado que traz mais praticidade para o dia a dia, impulsionando a busca por soluções energéticas que garantam o perfeito funcionamento das tecnologias.

 

Segundo dados da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside), o mercado global de automação residencial passou a crescer a uma taxa anual de 27,93% no ano passado e essa tendência de crescimento deve se manter até 2032. Aqui no Brasil não é diferente e a demanda energética também segue tendência de alta. A Agência Internacional de Energia (IEA) espera um crescimento de 2,5% ao ano no uso de energia no país, mas acredito que essa porcentagem será ainda maior com a robustez das inovações tecnológicas que ainda estão por vir.

 

Hoje, com a IA, a automação alcançou um novo patamar, sendo muito mais personalizada ao gosto de cada morador. Basta observar os lançamentos dos grandes players globais de tecnologia: no final do ano passado, o Google anunciou um novo recurso de automação residencial para seu produto “Google Home”, o Help Me Script, que permite ao usuário criar automações personalizadas em sua casa por meio da descrição em texto do que ele deseja que ocorra em sua casa. Além disso, o produto conta com machine learning sendo cada vez mais preciso, personalizado e com a capacidade de prever o gosto de cada pessoa. Esse é somente um pequeno exemplo de como as novas tecnologias estão trazendo modificações para as residências e engana-se quem acredita que isso é apenas uma questão de praticidade.

 

Atualmente, já é possível encontrar sistemas de segurança complexos que funcionam por comandos de voz, IA e aplicativos, trazendo ainda mais segurança e automação para as residências, sem contar o fato da valorização imobiliária, que agrega um ganho financeiro pelos investimentos realizados.

 

NOVAS OPORTUNIDADES – Segundo levantamento da empresa internacional de pesquisa ReportLinker, as casas automatizadas já são uma realidade e este mercado deve alcançar o valor global de R$ 58,8 bilhões até o ano de 2028. Este cenário traz uma grande oportunidade de negócio para as empresas brasileiras da área de energia, com a possibilidade de criar soluções que garantam maior eficiência energética para suportar todas essas novas tecnologias, estimulando a agenda de sustentabilidade na sociedade, como também fazer inovações que assegurem o fornecimento de energia, independente de fatores externos, como no-breaks, por exemplo.

 

No início do ano, presenciamos chuvas devastadoras que resultaram em apagões nas maiores capitais do país, causando enormes prejuízos para o comércio e complicações para a população em geral. Os danos destes episódios poderiam ter sido mitigados se a sociedade tivesse mais consciência sobre o uso energético e investisse em soluções que garantissem esse ativo independente da situação. Sistemas simples de proteção de energia já fazem toda a diferença em contextos como esse, garantindo o funcionamento dos equipamentos por horas, sendo indispensável principalmente em locais que não podem ficar sem energia nem por um segundo.

 

O mercado de no-breaks é positivamente impactado em momentos de falhas no fornecimento de energia e segue em tendência de alta principalmente devido aos traumas dos episódios recentes das chuvas, mas eu acredito que esse número aumentará ainda mais por conta do protagonismo que a energia está assumindo no cenário atual. Cabe à sociedade – consumidores, governantes, empresas – entender a complexidade e a importância do uso energético de forma consciente, para que esse ativo esteja sempre disponível e seja pauta recorrente nas agendas de ESG, sendo utilizado da forma mais estratégica e responsável possível.

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Pedro Al Shara é CEO da TS Shara.

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