Metal Mecânica

PMEs adotam impressão 3D e têm resultados positivos

Pequenas e médias empresas brasileiras (PMEs) de diversos setores têm obtido excelentes resultados ao adotar as soluções de impressão 3D (ou manufatura aditiva). Com ela, as empresas ganham agilidade e se tornam mais competitivas, já que a tecnologia possibilita diminuição de custos dos processos produtivos e redução dos prazos de entrega.

Segundo estimativas da Stratasys, fornecedora de soluções para manufatura aditiva, a adesão crescente das empresas de médio e pequeno porte à impressão 3D acompanha a tendência já seguida por grandes empresas de setores variados, dentro do movimento de transformação dos métodos tradicionais de produção para a indústria 4.0. “Os equipamentos de impressão 3D estão ajudando a transformar os métodos de produção também das PMEs”, explica Anderson Soares, Territory Manager Stratasys para o Brasil. “Ainda há muito a avançar no mercado brasileiro. Mas, ainda assim, já temos cases muito bem sucedidos de aplicação das nossas soluções”, afirma Soares.

Uma das PMEs que passou a utilizar as impressoras 3D da Stratasys é a Usintek, de Santo André, SP, que produz protótipos e peças para clientes dos setores automotivo e de eletroeletrônicos. A empresa, que costumava utilizar processos de usinagem em metal e outros tipos de prototipagem tradicionais, passou a receber de seus clientes solicitações de antecipação das entregas, para que pudessem ter vantagem competitiva no mercado. A adoção da tecnologia de impressão 3D permitiu à Usintek atender a essa demanda e também produzir ferramentas e peças finais sofisticadas, criadas sob medida para suprir diferentes demandas fabris.

A Usintek trabalha com as impressoras 3D da Stratasys Objet30, F370 e duas Fortus 450, com as quais produz protótipos, moldes, ferramentas brancas rígidas com superfícies lisas, que podem ser pintadas, e protótipos que funcionam como produto final e ferramentas de fabricação de alta resistência. O investimento inicial da Usintek no projeto foi de cerca de R$ 1,5 milhão, e seu retorno foi obtido em aproximadamente 24 meses.

Outra empresa que atende o setor automotivo, produzindo subconjuntos de itens para praticamente todas as partes de um automóvel, e que passou a usar impressão 3D é a Autometal, de Diadema, SP, após investimentos de R$ 330 mil. A empresa utilizava métodos tradicionais, como usinagem, para fabricar protótipos e ferramentas como calibradores e dispositivos de controle, usados na mensuração da precisão das peças. Esses processos eram caros e demorados. Em muitos casos, a manufatura desses itens acabava sendo realizada por empresas terceirizadas.

A Autometal passou então a usar uma impressora 3D Stratasys F370 para produzir seus protótipos, dispositivos de controle e calibradores, com a qual diminuiu custos e prazos de entrega, de dias ou semanas para horas. Além disso, a impressora 3D permitiu à empresa realizar análises e correções ainda na fase de projeto, antes da confecção do ferramental. Realizar essas alterações em produtos já finalizados acarretaria custos extras e elevado tempo de espera.

A impressão 3D também foi adotada pelo FIT – Instituto de Tecnologia, organização sem fins econômicos de abrangência nacional que desenvolve projetos tecnológicos para empresas variadas. A instituição adquiriu um modelo Stratasys F270, idealizado especialmente para médias e pequenas empresas, além de laboratórios e escritórios de grandes indústrias. Com o equipamento, o FIT ampliou sua oferta de dispositivos e protótipos mais sofisticados impressos em 3D, de modo a acelerar testes e, consequentemente, o lançamento de novos produtos por parte de seus clientes.

A impressão 3D faz parte do conjunto de tecnologias que integra a “Indústria 4.0”, a nova onda de revolução dos meios de produção, caracterizada pela entrega de produtos customizados, fabricados em intervalos de tempo curtos e sob demanda. O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer nesse campo. De acordo com dados do relatório “Oportunidades para a Indústria 4.0”, divulgado pela Confederação Nacional das Indústrias em 2017, o país apresenta taxas de inovação inferiores em praticamente todos os setores da chamada “indústria de processo discreto”, como informática (68,2% versus 73%), automotiva (39,1% versus 51,7%), máquinas (47,1% versus 55,3%) e têxteis (32% versus 47,3%).

Fonte: Ipesi

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