Produtividade da indústria brasileira recua novamente
No segundo trimestre de 2021, a produtividade da indústria 1,6% em relação ao primeiro trimestre deste ano. O índice se encontra em patamar próximo ao do segundo trimestre de 2020, quando começou a crise decorrente da pandemia de Covid-19 e seu comportamento recente sinaliza uma tendência negativa, de acordo com a pesquisa Produtividade na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que a produtividade resulta da combinação da redução de 3,8% da produção da indústria de transformação e da queda de 2,3% das horas trabalhadas na produção. Essas quedas refletem as incertezas geradas pela pandemia, as dificuldades decorrentes da escassez e da alta do preço dos insumos e a redução de consumo.
“Esse indicador reflete um esgotamento dos investimentos feitos – e o ambiente de incerteza para quem investe. Com diversos fatores em contração não surpreende esse comportamento da produtividade”, explica Azevedo.
A produtividade do trabalho na indústria acumula três trimestres consecutivos de queda e tem sido afetada mais por fatores conjunturais. O desafio é que não há crescimento sustentável sem a elevação da produtividade, e a produtividade só poderá aumentar com mais investimento em inovação, gestão e capacitação.
“No passado, em momentos de aceleração da economia brasileira, esbarramos em alguns entraves, um deles a falta de trabalhador qualificado, que limitou o crescimento. O investimento na educação e qualificação é fundamental para que essa história não se repita quando a economia brasileira finalmente superar a pandemia e iniciar um novo ciclo de expansão”, explica o economista.