Programa visa revitalizar bicicletas paradas e estimular o uso para transporte e lazer
Principal referência na fabricação de bicicletas no Brasil, a Caloi desenvolve em São Paulo, o programa “Renova Bike”, destinado a revitalizar bicicletas de particulares que estão encostadas na garagem ou no quintal, devido à velhice ou a algum problema técnico. A ação se estende até o final do mês.
A ação, que tem a parceria de cinco bicicletarias paulistanas (Anderson Cycle Roots, Moema Bikes, Pedal Place, RZ Bike e Scatt Bikes), prevê o subsídio de parte do trabalho de reparo ou manutenção das bicicletas desativadas.
A Caloi doa R$ 25, e a loja mais R$ 25, em cada bike que foi levada para a oficina para ser revitalizada – independentemente da marca da “magrela”, que não precisa ser da Caloi. Normalmente, um trabalho de manutenção em bicicleta custa entre R$ 60 e R$ 200, dependendo do reparo necessário.
Para usufruir do serviço de renovação da bicicleta em São Paulo, basta o consumidor entrar no site da Caloi, cadastrar-se e agendar na bicicletaria desejada um horário para fazer a manutenção.
A intenção da Caloi, com o projeto, é a de incentivar as pessoas a pedalarem mais neste momento de pandemia. Além de proporcionar uma descontraída atividade física, a bicicleta também pode evitar aglomerações.
Campanhas deste tipo são muito comuns na Europa, aonde o uso da bike vem sendo incentivado em massa pelos governos de diversos países, com construções de mais ciclovias, descontos na compra de bikes e outros projetos de estímulo, todos com grande aceitação pela população.
A utilização de bicicletas neste período de pandemia cresceu substancialmente tanto na Europa como em outros lugares. Na Austrália, por exemplo, as vendas aumentaram em tal volume que muitas oficinas tiveram que parar de fazer reparos, já que os mecânicos estavam ocupados montando novas bicicletas para os clientes.
Tradição – “A Caloi é uma empresa de 122 anos e que sempre puxou o setor no Brasil. E há pelo menos duas décadas levantamos a bandeira da importância da bicicleta como uma aliada do transporte público e, agora, mais do que nunca, isso é preciso”, diz Vitor Borba, gerente de marketing da Caloi. “Com o ‘Renova Bike’, quisemos mostrar outra vez como a bicicleta pode ser útil para as cidades e para os próprios moradores.”
Mas, de acordo com Borba, não adianta só as fabricantes, revendedoras e bicicletarias fazerem a sua parte. É preciso também a conscientização do poder público e das pessoas sobre a crescente necessidade do uso da bicicleta nas cidades, e que a disseminação das bikes seja vista como algo possível e desejável.
“A pandemia do coronavírus deixou isto muito claro”, afirma o executivo. “A bicicleta pode não apenas ajudar no combate à doença, como deixar um legado. Pois a bike, além de contribuir para a qualidade de vida das pessoas, é um meio de transporte prático e eficiente, sendo inclusive estratégico para a preservação ambiental, já que não polui.”
O “Renova Bike” não é o único projeto da Calou desenvolvido este ano para estimular a modalidade. Pouco antes, a empresa lançou a campanha “Caloi Movimenta”, englobando várias ações.
A primeira foi realizada em Manaus, no estado do Amazonas, e previu o fornecimento de assistência técnica gratuita para bikes de centenas de pessoas, principalmente entregadores, devido ao aumento significativo nos pedidos de delivery.
Ao mesmo tempo, em São Paulo, foi realizada uma “blitz” abordando os entregadores para conscientizá-los sobre os cuidados com a higiene e segurança e oferecendo também o serviço de manutenção nas bikes. Ambas as ações foram realizadas em parcerias com ONGs.
Uma das mais importantes fabricantes de bicicletas da América Latina, a Caloi atua em diversos segmentos, desde produtos infantis até os de alto desempenho. A empresa produz cerca de 800 mil produtos por ano, que são distribuídos em todo Brasil em diferentes canais, desde “bike shops” até grandes redes de varejo.
Atualmente a marca é parte do grupo canadense Dorel, que além da Caloi também é detentor de outras marcas globais, como Cannondale, GT, Schwinn e Fabric, que também são distribuídos no Brasil. (Alberto Mawakdiye)