Retomada do consumo doméstico de sucata ferrosa derruba volume de exportações
As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, registraram acentuada queda em novembro, em comparação ao mesmo mês de 2019. Em novembro, foram destinadas ao exterior 30.162 toneladas, uma redução de 59% em relação a novembro de 2019, com 73.779 toneladas. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A retração em relação a outubro de 2020 também foi expressiva, de 52%, quando as exportações chegaram a 63.305 toneladas.
De acordo com o presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), Clineu Alvarenga, há, neste final de ano, uma boa retomada do consumo interno de sucata ferrosa, que representa mais de 90% do total produzido. Com isso, as empresas processadoras estão dando prioridade ao mercado nacional e reduzindo significativamente as exportações.
As exportações de sucata ferrosa, em geral, têm pequena participação no total produzido, mas são fundamentais para superar momentos de dificuldades no mercado interno, como ocorreu no primeiro semestre deste ano e em outras crises econômicas do país. “A procura por materiais metálicos está acima do que esperávamos, mas os processadores, atentos e cientes da importância de manter o equilíbrio da oferta e demanda, reduziram excessivamente as exportações, e permanecem monitorando o reaquecimento da produção e consumo e abastecendo plenamente as usinas siderúrgicas”, afirma Alvarenga.
A repentina retomada da demanda por aço, principalmente da construção civil e de outros setores, após forte impacto da produção industrial no primeiro semestre, explica esse maior consumo no país, segundo Alvarenga. O consumo de sucata ferrosa por parte das usinas siderúrgicas neste ano será, nos cálculos do Inesfa, de cerca de 8 milhões de toneladas, próximo ao verificado em 2019. O volume ainda está distante do pico de 2013, com 11,171 milhões de toneladas, mas reflete importante melhoria.
Para o mês de dezembro é esperada situação semelhante, com incremento da demanda no mercado interno e queda nas exportações de sucata ferrosa. “Estamos otimistas com 2021, já que se percebe uma retomada na produção industrial de bens de capital e de consumo, que fazem uso de muito aço, o que leva as usinas siderúrgicas e fundições a necessitar mais sucata”, diz Alvarenga.