Revolucionando o cálculo de ROI: o verdadeiro valor da automação
Fernando Baldin
Em um mundo onde a automação se torna, cada vez mais, uma força dominante no cenário empresarial, as organizações buscam incansavelmente melhorar a eficiência e a produtividade. No entanto, a avaliação do sucesso desses esforços, medida através do Retorno sobre o Investimento (ROI), muitas vezes segue parâmetros ultrapassados.
Tradicionalmente, o ROI em projetos de automação é calculado com base em economias de custos e redução de pessoal, uma visão ultrapassada que pode subestimar, significativamente, o verdadeiro valor que a automação traz para as empresas. Está na hora de reajustar nossos binóculos e focar no “ROI do futuro”, uma perspectiva que abre portas para uma compreensão mais profunda e realista dos benefícios da automação.
Para ilustrar essa mudança de paradigma, vamos analisar um caso concreto de uma empresa que reformulou seu processo de criação de pedidos de compra. Inicialmente, o processo envolvia cerca de 10 pessoas e levava de 3 a 4 minutos por pedido, com uma capacidade de processar 800 pedidos por mês. Com a introdução de uma plataforma de automação, essa capacidade saltou para mais de 2.000 pedidos, mantendo apenas 2 colaboradores no processo.
À primeira vista, a economia parece ser a redução ou realocação de 8 postos de trabalho referente aquela atividade. No entanto, uma análise mais aprofundada revela uma realidade diferente: para processar os 2.000 pedidos manualmente, seriam necessários 25 funcionários, e não 10. Portanto, a economia real não é de 8, mas sim de 23 postos de trabalho ou equivalentes a tempo integral (FTEs).
Este exemplo destaca a necessidade de olhar além do óbvio, considerando não apenas o que foi economizado, mas o que foi ganho em termos de capacidade ampliada. Ao reavaliar o ROI em projetos de automação, é fundamental considerar três aspectos-chave:
– Capacidade aumentada: A automação permite que as empresas façam mais do que era possível anteriormente, elevando a barra da produtividade e eficiência.
– Redução de erros: A precisão e consistência proporcionadas pela automação traduzem-se em menos retrabalho e penalidades, aspectos particularmente críticos em setores como financeiro e contábil, onde os erros podem ter consequências severas.
– Riscos mitigados: A automação reduz significativamente os riscos operacionais, principalmente em áreas sujeitas a regulamentações rigorosas e consequências legais pesadas.
Um ponto frequentemente negligenciado nas análises tradicionais de ROI é o valor de “não errar”. Em processos automatizados, a margem para erros humanos é drasticamente reduzida, um benefício de valor incalculável para negócios que dependem de precisão e conformidade.
Ao adotar uma visão prospectiva, as empresas podem compreender melhor o valor real e o impacto de longo prazo de seus investimentos em automação. Essa nova perspectiva sobre o ROI transcende a mera economia de custos, abrindo caminho para a inovação, expansão e transformação dos negócios.
A automação não é apenas uma ferramenta para cortar despesas, ela redefine a maneira como as empresas operam, criando um cenário onde a eficiência e a expansão vão de mãos dadas com a redução de riscos e erros. Este é o verdadeiro valor da automação, um catalisador para um futuro empresarial brilhante, seguro e mais produtivo.
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Fernando Baldin é country manager Latam da AutomationEdge.