Santos Dumond foi quem trouxe o primeiro automóvel ao Brasil
Alberto Santos Dumond , completaria 150 anos de idade no último dia 20 julho. O pai da aviação, como é chamado, era absolutamente vanguardista. Por exemplo, foi o dono do primeiro automóvel a circular no Brasil, ainda em 1891. Foi um Peugeot Type 3 Vis-à-Vis, modelo que teve apenas 64 unidades produzidas. “Minha experiência de automobilista serviu muito para as minhas aeronaves”, diz Santos Dumont na autobiografia “Os Meus Balões”.
A relação de Santos Dumond com a Peugeot começou em 1891, quando, então com 18 anos, viajou com a família para a França. Foi lá que conheceu as primeiras criações de Armand Peugeot (1849-1915), o empresário que levou seu sobrenome à indústria automobilística.
“Os automóveis eram ainda raros em Paris em 1891. Tive de ir à fábrica de Valentigney para comprar minha primeira máquina, uma Peugeot de estrada de três e meio cavalos de força”, conta o pai da aviação em seu livro.
O carro em questão é o Peugeot Type 3 Vis-à-Vis, modelo que teve apenas 64 unidades produzidas entre 1891 e 1894. “Era uma curiosidade. Nesse tempo não existia ainda nem licença de automóvel nem exame de motorista. Quando alguém dirigia a nova invenção pelas ruas da capital, era por sua própria conta e risco”, relata Santos Dumont sobre suas primeiras voltas de carro pela França.
A família do então jovem aviador foi uma das primeiras a receber o automóvel Peugeot, o que comprova o prestígio daqueles que, na época, figuravam entre os maiores produtores de café do Brasil.
Conhecido na França como Voiturette, o Type 3 era movido a gasolina e 3,5 cv de potência máxima. Essa configuração permitia ao carro alcançar os 18 km/h de velocidade máxima.
Segundo os registros da própria Peugeot, esse foi, de fato, o primeiro automóvel que o futuro pai da aviação trouxe para o Brasil, em novembro de 1891. Veio em um navio que atracou no Porto de Santos.
Tem-se registro ainda de outro Peugeot importado por Santos Dumont, o icônico Phaeton Type 15, datado de 1897. O modelo não possuía volante, apenas uma alavanca para virar à direita e à esquerda. Para garantir a combustão dentro do motor, possuía duas barras de metal na traseira que eram aquecidas até ficarem incandescentes
“Daí em diante, tornei-me adepto fervoroso do automóvel. Entretive-me a estudar os seus diversos órgãos e a ação de cada um. Aprendi a tratar e consertar a máquina. E quando, ao fim de sete meses, minha família voltou ao Brasil, levei comigo a minha Peugeot”, diz Santos Dumont em sua autobiografia. (imagem/divulgação).