Startups do Cubo Itaú faturam quase R$ 10 bilhões em 2022
Desafiadas a serem mais eficientes por conta da desaceleração de investimentos, que, de modo geral, diminuiu cerca de 40%, as startups que fazem parte do Cubo Itaú mostraram importantes evoluções em 2022, com faturamento de R$ 9,7 bilhões e aportes e investimentos que ultrapassam R$5 bilhões. Isso significa um aumento de 120% e 43%, respectivamente.
Entre os destaques está a Carbonext, startup de APIs que dão suporte ao mercado de créditos de carbono, permitindo que os clientes compensem suas emissões por meio de compras pontuais ou assinaturas, que recebeu um investimento de US$ 40 milhões (cerca R$ 200 milhões) da Shell Brasil. A destinação dos recursos é o investimento em tecnologia para ajudar no desenvolvimento e acompanhamento dos projetos de preservação florestal e também possibilitar a criação de novas fronteiras de negócios para a empresa, como bioeconomia e reflorestamento na Floresta Amazônica.
Em termos de valores médios, houve um acréscimo de faturamento médio por startup de 72% na comparação entre 2021 e 2022. Para este ano, a projeção é que haja um incremento de 113%, passando de um faturamento médio por startup de R$ 3,1 milhões para R$ 6,6 milhões.
Isso deve acontecer atrelado ao número de clientes, que deve subir em 102% e o time em 25%. “Números como esses reforçam o valor da nossa curadoria, que resulta em conexões de qualidade para a geração de negócios, fomentando os empreendedores tecnológicos”, conta Paulo Costa, CEO do Cubo Itaú.
A realidade de menos recursos disponíveis para captação fez com que as startups ficassem mais eficientes, economizassem, estendessem um pouco mais o caixa, preservassem mais o cash burn – indicador financeiro que mede a velocidade com que uma empresa está gastando em seu caixa. “Acho que as startups ficaram mais fortes e voltaram a olhar para os aspectos mais importantes para qualquer empresa, que é a parte financeira”, revela Paulo Costa.
Deste modo, elas devem apostar cada vez mais no uso do product-led growth, que é uma estratégia de negócios em que o produto se torna a principal fonte de captação de renda da empresa. Sua implementação é mais barata, pois gira em torno das otimizações para fornecer ao cliente ou usuário uma experiência cheia de valor com o produto. Deste modo, marketing e vendas não se tornam os focos dos investimentos, que acabam sendo mais altos, quando necessários.
Uma tendência complementar a essa é a de Customer Success, com objetivo principal de manter os clientes na empresa utilizando o serviço e assim contribuir para a retenção da receita. O enfoque é no atendimento, suporte e experiência do cliente em todos os seus pontos de contato. A lógica é de sair de um funil de vendas e pensar em uma ampulheta, em que não é só fazer a aquisição, mas também a manutenção e crescimento desses clientes. A manutenção é feita por meio da experiência, com um bom produto, um bom CS; crescimento vem da satisfação, do aumento das vendas para essa base e desses clientes advogarem em prol da companhia, indicando novos leads.
INVESTIMENTOS – Outro dado interessante é que, apesar de desafiador, dada a desaceleração de investimentos percebida no ano passado, as startups da comunidade tiveram um aumento de 50% nos aportes recebidos em relação a 2021, ficando, em média, R$3,5 milhões. A expectativa é que este valor chegue a R$7,6 milhões este ano, um acréscimo de 154%.