Metal Mecânica

Uso de robôs no setor de mineração e metalurgia brasileiro ainda engatinha

A implementação de robôs na indústria é um processo em aceleração crescente nos países mais competitivos do mundo, nos quais o setor mineração e metalurgia já os emprega em diferentes aplicações. O Brasil está muito atrasado em comparação com países como Alemanha e China nesse aspecto, mas algumas companhias nacionais e a universidade brasileira têm trabalhado para avançar na robotização de algumas operações fabris.

Mencionando dados do anuário 2019 da International Federation of Robotics, Edouard Mekhalian, diretor-geral da Kuka Roboter do Brasil, apontou que 70% dos robôs adquiridos pela indústria mundial em 2018 ficaram em apenas cinco países, como China e Japão. No Brasil, a taxa média de robotização na indústria como um todo é de 14 robôs para 10 mil trabalhadores – índice bem inferior à média internacional de 99 robôs para cada 10 mil trabalhadores.

“O número brasileiro é até pior, dada a enorme quantidade de desempregados”, explicou Mekhalian durante a mesa-redonda Robotização aplicada na indústria mínero-metalúrgica, um dos eventos realizados na ABM Week no dia 2 de outubro.

Martin Hirschmanner, vice-presidente de Mecatrônica da Primetals Technologies, apontou que há diferentes níveis de aplicação de robôs na indústria mínero-metalúrgica. “O primeiro nível já é padrão no setor, o de soluções isoladas”, afirmou. Robôs têm sido largamente aplicados a diversas tarefas em plantas siderúrgicas, substituindo o trabalho manual de operários em funções como medições e amostragens.

Os níveis mais elevados de robotização estendem-se a processos completos, como o lingotamento contínuo. O passo seguinte será o desenvolvimento de uma usina completamente robotizada – algo que não existe hoje em dia e que ainda depende de uma série de desenvolvimentos tecnológicos, segundo Hirschmanner.

CASOS DE SUCESSO – Embora as companhias brasileiras enfrentem uma série de desafios para avançar na aplicação de robôs em suas plantas, há notáveis casos de sucesso. Leonardo Martins Demuner, gerente-geral de Aciaria da Ternium, apresentou o programa de robotização da companhia.

“Temos implementando modificações e realizado estudos quanto às áreas e postos de trabalho onde é possível implantar robôs. A ideia foi mapear toda a usina, identificando onde a carga de trabalho é mais pesada e onde é possível instalar equipamentos de forma mais rápida”, explicou. Entre os setores em que a empresa implantou robôs, Demuner citou a etiquetagem de placas e medição de temperatura de gusa. “Esses são os itens em que temos processo mais adiantado, mas a ideia é atuar em todas as áreas em que há maior exposição dos trabalhadores”, concluiu.

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