Eletrônica e Informática

Uso de tintas especiais permitirá detectar produtos falsificados com um smartphone

O mercado de produtos falsificados e contrabandeados tem se intensificado no Brasil. De acordo com a Receita Federal, em 2019 o país bateu recorde histórico no número de produtos irregulares apreendidos, totalizando R$ 3,2 bilhões em mercadorias. A indústria têxtil é uma das mais prejudicadas com as falsificações. Os itens de vestuário representaram 7% das apreensões realizadas no ano passado, atrás apenas dos eletroeletrônicos (11,4%) e cigarros (35,7%).

 

Combater esse mercado ilegal é um grande desafio para as autoridades brasileiras. Neste cenário, cada vez mais, a indústria tem recorrido às tecnologias de ponta para reduzir os riscos de falsificação de produtos. Dentre as tecnologias disponíveis no mercado está o uso de tintas de segurança – as mesmas utilizadas para imprimir cédulas monetárias – que possibilita rastrear toda a cadeia de produção. Isto é possível em razão da alta complexidade físico-química dessas tintas de segurança, que impedem a cópia de etiquetas, rótulos e selos de originalidade, garantindo assim, ao consumidor a origem e qualidade do produto comercializado.

 

Durante a apresentação a Semana de Ciência e Tecnologia do Senai Cetiqt, Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil, o palestrante Lucio Barbosa, da Ceptis, explicou que a impressão de etiquetas, rótulos e selos com tintas de segurança agora também traz a possibilidade de verificação digital. De acordo com Barbosa, a Ceptis possui patentes de tecnologias avançadas que não permitem a cópia de etiquetas, rótulos e selos de segurança e cita algumas soluções inovadoras: “Hoje podemos, por exemplo, imprimir QR Codes criptografados utilizando tintas de segurança, de forma que qualquer pessoa, com um simples app, possa apontar seu smartphone para o produto e detectar se o produto é original”, explica.

 

Barbosa afirma ainda que a integração das tintas de segurança à tecnologia digital (verificação de dados criptografados protegidos por blockchain, por meio de apps) aumentará a proteção contra falsificação de produtos e trará maior segurança ao consumidor. Outra vantagem é o uso da inteligência artificial para mapeamento das ocorrências de falsificação do produto e identificação dos locais em que tais práticas ocorreram. “A rastreabilidade segura e o combate à falsificação de produtos têm sido alguns dos desafios da indústria. A proteção dos produtos e mapeamento das informações contribuirá na estratégia de vendas e distribuição. Buscamos soluções inovadoras adaptadas à necessidade do cliente, que além do benefício financeiro e de preservação da marca, proporcionará a qualidade e segurança do produto para o consumidor.”

 

O mercado ilegal de produtos falsificados causa enormes prejuízos, não somente para a indústria, mas também para o consumidor que muitas vezes não consegue distinguir o produto original do produto falsificado. Em razão dos produtos falsificados não terem a mesma qualidade, o consumidor, enganado, pode julgar e avaliar as marcas negativamente na internet. Comentários sobre a qualidade de produtos falsos (compreendidos como autênticos) podem abalar a imagem de uma empresa rapidamente nas mídias sociais. “Além do impacto na imagem e os custos para reverter essa situação, as empresas podem sofrer também queda nas vendas de um determinado produto dependendo do alcance das avaliações negativas associadas a ele. Outro ponto preocupante é que alguns produtos falsificados podem causar riscos à segurança e saúde do consumidor justamente por não possuírem a qualidade do produto original”, alerta Barbosa.

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