Vallourec Tubos terá financiamento de R$ 54,5 milhões para aprimorar produção de carvão vegetal para siderurgia
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 54,5 milhões para a Vallourec Tubos do Brasil investir na modernização do processo de produção de carvão vegetal, utilizado na produção de aço pela empresa. Esta é a primeira operação com recursos do Fundo Clima, programa que financia projetos de mitigação das mudanças climáticas, voltada a um projeto de carvão vegetal.
“O Fundo Clima, operacionalizado pelo BNDES, possui uma modalidade exclusiva para o carvão vegetal devido à sua importância como substituto do coque na indústria siderúrgica, reduzindo as emissões de CO2 no processo de produção de aço”, explica o presidente do banco, Aloizio Mercadante.
O financiamento aprovado prevê a implantação, em uma das propriedades do Grupo Vallourec em Minas Gerais, de três reatores verticais contínuos para a produção de carvão vegetal.
A tecnologia foi desenvolvida e patenteada pela própria empresa, ao buscar uma forma mais eficiente de produzir carvão vegetal com melhor qualidade e benefícios ao meio ambiente, além de melhor competitividade econômica. Cada reator substitui sete fornos convencionais de alvenaria.
Esse reator, conhecido por Carboval, tem zero emissão de metano, compatível com as exigências de sustentabilidade e aderente às estratégias de redução de gases de efeito estufa do Grupo Vallourec. Também viabiliza melhor aproveitamento energético da floresta e maior produção de carvão com menor quantidade de madeira.
A tecnologia permite ainda cogeração de energia elétrica e produção adicional de outros insumos comercializáveis, como bio-óleo (alcatrão) e extrato pirolenhoso, além do próprio carvão.
O FUNDO – De natureza contábil, o Fundo Clima é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima e é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Sua finalidade é garantir recursos para apoiar projetos, estudos e empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas.
Seus recursos provêm da parcela de até 60% da Participação Especial do Petróleo, recebida pelo Ministério, e dividem-se em duas modalidades: uma não reembolsável, gerida pelo próprio MMA, e uma reembolsável, operada pelo BNDES.
Desde 2013, já foram aprovadas mais de 2 mil operações do BNDES no âmbito do Fundo Clima, cujos desembolsos somam, no mesmo período, R$ 1,3 bilhão.