Metal Mecânica

Vendas de ferramentas de corte desaceleram nos EUA; greve na Boeing preocupa

As remessas de ferramentas de corte, medidas pelo Relatório de Mercado de Ferramentas de Corte, compilado em uma colaboração entre AMT – The Association For Manufacturing Technology e o U.S. Cutting Tool Institute (USCTI), totalizaram US$ 191,8 milhões em julho de 2024. Os pedidos diminuíram 7,8% em relação a junho de 2024, mas cresceram 1,7% em relação a julho de 2023. As remessas acumuladas no ano totalizaram US$ 1,46 bilhão, um aumento de 2,5% em relação às remessas feitas nos primeiros sete meses de 2023. A taxa de crescimento acumulada no ano tem diminuído todos os meses desde abril de 2024.

 

“Julho é normalmente um mês mais fraco, mas no geral a curva se achatou”, afirmou Jack Burley, presidente do Grupo de Produtos de Ferramentas de Corte da AMT. “A produção comercial aeroespacial e automotiva se estabilizou e isso tem um impacto direto no consumo de ferramentas de corte e em novos pedidos. À medida que nos aproximamos do final do terceiro trimestre, espero que as remessas de ferramentas de corte continuem a tendência, como tem acontecido até agora neste ano, e todos continuamos otimistas de que a IMTS proporcionará o impulso necessário às nossas remessas para um final positivo em 2024.” A IMTS – The International Manufacturing Technology Show foi realizada de 9 a 14 de setembro em Chicago (EUA).

 

“A produção normalmente desacelera durante os meses de verão, mas é preocupante ver o crescimento anual nas remessas de ferramentas de corte continuar o declínio que começou em abril. Se considerarmos a inflação e os aumentos de preços, vejo o ano em curso como estável. Olhando para o futuro, a atual greve da Boeing poderá acrescentar ventos contrários adicionais. No entanto, existe uma expectativa de que as taxas de juro mais baixas e a IMTS irão gerar novos investimentos para contrariar esta desaceleração da produção industrial”, analisou Tom Haag, presidente da Kyocera SGS Precision Tool.

 

GREVE NA BOEING  – Mais de 30 mil funcionários da Boeing estão em greve desde 13 de setembro, quando rejeitaram a oferta de aumento salarial de 25% oferecido pela empresa. Há poucos dias, a gigante da aviação ofereceu aumento de 30% nos próximos quatro anos, mas pesquisa do sindicato que representa os milhares de grevistas da empresa constatou que os trabalhadores “não estão interessados”.

 

De acordo com jornais de língua inglesa, “muitos comentários expressaram que a oferta era inadequada”, disse International Association of Machinists and Aerospace Workers (IAM) em um post no X.

 

Na segunda-feira, 23 de setembro, a Boeing fez o que chamou de sua “melhor e última” oferta salarial, que incluía o restabelecimento de um bônus de desempenho, melhores benefícios de aposentadoria e um bônus único de US$ 6.000 pela assinatura de um novo acordo salarial.

 

Os trabalhadores reivindicam um aumento salarial de 40% ao longo de três a quatro anos e outros benefícios, incluindo a restauração dos planos de pensões. As tensões entre os trabalhadores e a Boeing aumentaram desde que os trabalhadores aprovaram por pouco uma extensão do contrato em 2014, que fez a transição dos trabalhadores sindicalizados das pensões para o 401k, um tipo de plano de aposentadoria patrocinado pelo empregador, adotado nos Estados Unidos e outros países, e que recebe este nome em razão da seção do Código Fiscal norte-americano em que está previsto.

 

Os operadores de máquinas ganham em média US$ 75.608 por ano, sem incluir horas extras, e esse valor subiria para US$ 106.350 ao final do contrato, de acordo com a Boeing.

 

A greve interrompeu a produção de aeronaves e está custando à Boeing entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões por dia, segundo analistas. A Boeing constrói o 737 Max, P-8 e E-7 em Renton, e o 767 Freighter, o KC-46 Tanker e os widebody 777 e 777X em Everett. (Franco Tanio)

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