Vendas globais de drones corporativos deverão crescer 50% em 2020
De acordo com uma estimativa da Gartner, multinacional voltada para pesquisas e consultoria empresarial, as vendas mundiais de drones para uso corporativo integrados às redes de Internet das Coisas (IoT) deverão chegar a 526 mil unidades em 2020, o que representará um aumento de 50% diante de 2019. Neste ritmo, a previsão é de que as vendas anuais atinjam 1,3 milhão de unidades até 2023, em mais de 25 tipos de uso.
O setor de construção civil prosseguirá como o principal usuário corporativo dos drones, especialmente na área de monitoramento de obras, mas prevê-se um avanço significativo desses equipamentos também em tarefas como mapeamento de terreno e gerenciamento de terraplanagens, de modo a aproveitar a maior rapidez e segurança dos drones nesses tipos de serviço.
“Estimamos que as vendas para a construção civil atinjam quase 210 mil drones em 2020 e mais do que dobrem até 2023”, diz Kay Sharpington, analista sênior da Gartner. De acordo com ele, a expectativa é de que a relação entre o número de funcionários nas obras e os drones diminua de 2.400 operários por drone em 2018 para 640 operário/drone em 2020.
O segundo e terceiro principais usuários de drones no mundo corporativo em 2020 serão, respectivamente, os setores de prevenção e combate a incêndio e segurança pública, e a investigação de seguros.
De fato, vem crescendo o número de instituições governamentais que estão adotando drones na segurança contra incêndios, não só nas áreas urbanas e industriais, mas em florestas e matas, e na investigação de cenas de crime e operações de busca e salvamento. A Gartner estima que o número de drones usados pela polícia e pelos corpos de bombeiros passará da taxa de 1 equipamento para 210 mil pessoas para uma relação de 47 mil habitantes por drone em 2020.
“Os drones dos bombeiros usam câmeras e imagens térmicas para identificar fontes de incêndio, áreas de calor extremo, pessoas presas e a posição dos bombeiros em campo”, explica o analista da Gartner. “Consequentemente, as agências de combate a incêndios podem utilizá-los nas áreas certas em situações de emergência e mesmo investigar incidentes, minimizando o risco de vida”.
INSPEÇÕES – Já o setor de seguros vem adotando os drones cada vez em escala maior principalmente para realizar serviços de inspeção. A Gartner acredita que este segmento irá adquirir 46 mil drones no correr deste ano, número que poderá triplicar até 2023, alcançando 136 mil dispositivos comercializados.
Os drones são usados pelo setor basicamente em tarefas como inspeções em edifícios e estruturas após alguma reclamação, na avaliação da extensão e causa dos possíveis danos e na análise do tipo e condição do edifício para a feitura da cotação do seguro. Os drones empregados nesta área baseiam-se principalmente em registros fotográficos abrangentes dos prédios ou dos terrenos. A Gartner estima que os drones aplicados na área de seguros cresçam de uma relação de 152 mil pessoas por drone em 2018 para uma taxa de 72 mil pessoas por equipamento em 2020.
Para o futuro próximo, a empresa acredita que o setor de varejo também se tornará um grande usuário após 2023. Isto porque os drones usados para entregas no varejo fornecerão cada vez mais aos clientes um serviço rápido e eficaz, e permitirão que os varejistas tenham acesso a seus consumidores mesmo em áreas remotas.
Segundo a empresa, as vendas de drones para o varejo irão totalizar 25 mil unidades em 2020 e subirão para 122 mil em 2023. A Gartner estima que o número de funcionários/drone vai diminuir de 73 mil trabalhadores por drone em 2018 para uma razão de 18 mil funcionários por equipamento em 2020.
Um crescimento maior só não será imediato devido ao setor ainda sofrer restrições regulatórias e enfrentar o desafio logístico de coordenar as rotas de voo, gerenciar o espaço aéreo em áreas densamente povoadas e operar de modo específico conforme os tipos de cargas, obstáculos que a Gartner crê serão logo ultrapassados. (texto: Alberto Mawakdiye)