Eletrônica e Informática

Três fornecedores de estações 5G vão dominar quase 75% do mercado global em 2022

Desde ontem, 4 de agosto, a cidade de São Paulo conta com o sinal de telefonia 5G. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a ativação do sinal ocorreu devido ao número expressivo de pedidos para instalação de antenas de 5G, o que superou o previsto no edital que autorizou o uso da nova tecnologia. De acordo com a agência na primeira fase, segundo as regras do leilão 5G, seriam necessárias, no mínimo, 462 estações ativadas até o dia 29 de setembro. Até o dia 2 de agosto, no entanto, a Anatel já havia recebido 1.378 pedidos de licenciamento na faixa de 3,5 GHz, quase o triplo do total de antenas que deverão ser instaladas no município neste ano.

De acordo com a Anatel, o número de pedidos de licenciamento de estações para a ativação do 5G stand alone na cidade de São Paulo já representa cerca de 30% do total de estações atualmente ativas (4.592), o que permitiu ao Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi) estimar a cobertura em 25% da área urbana de São Paulo, uma vez que a propagação na faixa do 3,5 GHz é menor.

A maior presença de antenas no está no Centro Histórico, na região da Avenida Paulista e no Itaim Bibi. Já os bairros da Aclimação, da Mooca e do Brás, por exemplo, terão cobertura menor no início do processo.

CONCENTRAÇÃO – Em que pese o avanço da tecnologia 5G no Brasil e no mundo é interessante atentar que o fornecimento de estações base 5G é muito concentrado. A TrendForce estima que Huawei, Ericsson e Nokia vão responder por 74,5% do mercado global de estações base em 2022.

Em 2022, a China será a mais ativa em investir no campo 5G com várias cidades promovendo a construção de estações base 5G e integrando 5G na fabricação. Ao mesmo tempo, eles se concentrarão em setores-chave, como assistência médica 5G +, IoT industrial e assuntos governamentais para impulsionar a implementação de aplicativos 5G.

No entanto, as preocupações com as tensões geopolíticas em vários países fazem com que as redes de código aberto sejam vistas como a solução para o problema da dependência de fornecedores. Seja em termos de segurança ou custo, o software de código aberto é extremamente crítico para o desenvolvimento de redes 5G. Além de melhorar a eficiência operacional, softwares de código aberto podem acelerar a implantação da resiliência da rede, mas em comparação com uma rede de acesso por rádio (RAN) tradicional, a RAN aberta apresenta mais problemas de segurança. A TrendForce acredita que, com a evolução da implantação de 5G para o core e nuvem Open RAN, os fabricantes de equipamentos fortalecerão os mecanismos de proteção de rede e a detecção de ameaças de RAN para reduzir o risco.

Os players do setor estão ativamente conquistando mercados. A Huawei cresce em mercados como África do Sul, Arábia Saudita, Turquia, Vietnã e Brasil. Recentemente, fez parceria com operadoras como MTN e Rain na África do Sul para construir mais de 2.500 estações base 5G. A Ericsson estendeu seu alcance para o Reino Unido, Arábia Saudita, Espanha, Bélgica, Luxemburgo e Lituânia, fornecendo soluções de rede privada 5G para BT e Saudi Telecommunication.

A Nokia, por sua vez, conquistou um acordo de expansão de rede de dez anos com a Orange, na Polônia, para atualizar sua rede existente, incluindo suporte para a descontinuação de equipamentos de rede Orange 3G e realocação de frequências para aprimorar suas soluções de capacidade e cobertura 4G e 5G. Além disso, a Nokia fornecerá os mais recentes produtos AirScale de economia de energia, incluindo soluções como Single RAN, estações base AirScale e antenas MIMO maciças 5G. A empresa também assinou um acordo de expansão da rede 5G de banda média com a UScellular nos Estados Unidos.

Já a Samsung continua a expandir sua influência no mercado de telecomunicações dos EUA, fornecendo equipamentos 5G para a Dish Network, a quarta maior provedora de serviços móveis no país, incluindo estações base virtualizadas 5G para redes nacionais e servidores de uso geral para carregar software para realizar funções estações base e apoiar a construção e operação de rede flexível e eficiente. A Samsung também está implantando recursos nos mercados do Reino Unido, Japão, Canadá e Nova Zelândia.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA – A TrendForce indica que os principais fabricantes de equipamentos começarão a padronizar as avaliações de eficiência energética da rede para acelerar a inovação verde a partir de 2022 para ajudar as operadoras a criar aplicativos de rede otimizados e com economia de energia, lançar hardware mais eficiente em termos de energia, como RF Chain de design verde, e usar transmissor simplificado /receptor e novo design de arquitetura baseado em rede, incluindo cloudificação de rede de acesso de rádio (RAN) e virtualização de função de rede.

Tomando a Huawei como exemplo, para cumprir as ações climáticas das Nações Unidas, seu objetivo é reduzir as emissões de carbono em 45% até 2030 e atingir zero emissões líquidas até 2040 para atender à crescente demanda por tráfego de dados e construir ativamente um ambiente verde e baixo carbono.  (Texto: Franco Tanio/Foto: divulgação/ Huawei).

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