Eletrônica e Informática

Abinee avalia que nova política industrial vai estimular transformação digital

O programa Nova Indústria Brasil (NIB) anunciado no dia 22 de janeiro, pelo governo federal, na avaliação da Abinee, contempla objetivos e instrumentos que podem promover a neoindustrialização e a transformação digital do país. O texto foi construído ao longo do último ano, com a participação de membros do CNDI, do qual a Abinee faz parte.

 

“Foi um trabalho tecnicamente muito bem construído e nossa expectativa é que as medidas anunciadas, que dependem de grande articulação entre várias esferas de poder, sejam implementadas o mais rápido possível de forma a dar um horizonte para novos investimentos produtivos”, afirma o presidente da Abinee, Humberto Barbato.

 

Segundo ele, a iniciativa busca reverter o processo de encolhimento da participação da indústria de transformação no PIB, que reduziu sua participação de 15% em 2010 para pouco mais de 11% em 2020. Além disso, as principais medidas anunciadas são direcionadas aos problemas de baixa competitividade enfrentados em especial por setores que produzem bens mais sofisticados. “Em uma década, as empresas de produtos de alta e média tecnologia, como itens de informática e veículos, tiveram sua participação no setor industrial reduzida de 23,8% para 18,7%”, lembra Barbato.

 

Entre as ações governamentais para estimular a industrialização no país, ele destaca dois temas que estão ligados diretamente ao setor eletroeletrônico. O primeiro deles é o Novo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores e Displays (Padis), como forma de ampliar o estímulo a esse segmento estratégico para a agregação de valor tecnológico à indústria. Outra providência relevante é o Projeto de Lei que reduz o prazo para registro de patentes, de 6,9 anos para 2 anos, até 2026.

 

“O modelo do programa Nova Indústria Brasil (NIB) está em consonância com o movimento adotado por diversos países, que desde a crise financeira e principalmente no pós-pandemia, voltaram-se para si, como forma de potencializar suas bases industriais e o desenvolvimento tecnológico”, diz Barbato.

 

Segundo ele, diferente do caráter centralizador e protecionista do passado, essas novas estratégias são mais ágeis e flexíveis, buscando endereçar uma estrutura produtiva ambientalmente sustentável e de base tecnológica, que promova a geração de empregos de qualidade e a provisão de serviços, gerando externalidades positivas para atender às demandas da sociedade.

 

“A estratégia de reindustrialização ou neoindustrialização apresentada passa pelo aumento da sofisticação tecnológica do tecido produtivo brasileiro, na qual a agenda de inovação, transformação digital e transição energética tem peso fundamental e a indústria elétrica e eletrônica é protagonista”, destaca.

 

O presidente da Abinee ressalta que o setor eletroeletrônico, compreendendo segmentos como automação, TICs, informática, componentes, equipamentos para a área de energia elétrica entre outros, está habilitado a dar sua contribuição em temas de grande impacto na sociedade e que serão endereçados na nova Política Industrial, como eletromobilidade, segurança cibernética, cidades inteligentes, inteligência artificial, indústria 4.0, economia circular entre outros.

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