Metal Mecânica

Alta no setor de equipamentos agrícolas impulsiona mercado de aços de alta resistência

O bom desempenho do agronegócio brasileiro, cada vez mais mecanizado, está refletindo positivamente no mercado de aços de alta resistência. Trata-se de uma das modalidades de maior conteúdo tecnológico e de maior valor agregado do setor siderúrgico. Mas vem sofrendo com a persistente crise da indústria de transformação.

O cenário se mostra, porém, bem mais respirável no que diz respeito ao agronegócio. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção de máquinas agrícolas teve alta de 1,8% em 2017 na comparação com 2016, somando 54,9 mil unidades.

E as projeções da Anfavea  para este ano são otimistas: a entidade estima que o setor atinja um crescimento de 3,7% nas vendas em 2018. Esses dados fortalecem a confiança a indústria siderúrgica, que fornece o principal insumo para o segmento.

Uma das empresas que mais vem sendo beneficiada é a SSAB, siderúrgica sueca que fabrica aços de alta resistência voltados para equipamentos de mineração, construção civil, movimentação de cargas e máquinas agrícolas, dentre outros.

Segundo Luiz Monegatto, gerente geral de vendas da divisão América do Sul Atlântico da companhia, a venda no Brasil de aços de alta resistência para a fabricação de maquinário agrícola praticamente dobrou nos últimos anos.

“Este é um setor fundamental para a SSAB e o seu bom desempenho seguramente impactou favoravelmente nossos negócios não só no Brasil, mas até em países vizinhos, como a Argentina”, diz Monegatto.

De acordo com ele, a empresa já registra um aumento de 20% no número de clientes neste segmento. A expectativa para 2018 é de que a empresa também continue a registrar um crescimento consistente na área agrícola.

USO RECENTE – Monegatto explica que o uso de aços de alta resistência em equipamentos agrícolas é relativamente recente, quando comparado com as áreas de mineração, construção civil e movimentação de cargas. Por isso, ele vê nesse crescimento uma grande oportunidade para a SSAB buscar novas soluções para as demandas do setor.

“Nós acreditamos firmemente que o mercado agrícola irá contribuir para mantermos nessa área uma taxa de crescimento acima dos setores mais usuais”, afirma. “A indústria siderúrgica depende muito do desempenho do PIB, por se tratar de uma indústria de base. Mas, como o uso dos nossos aços é como que uma nova tendência no setor, nosso crescimento tende a ser muito maior”.

As previsões para a produção agrícola brasileira em 2018 também são bastante positivas. O país deve alcançar a segunda maior produção de soja de sua história nesta safra, com 107 milhões de t, produção abaixo apenas da dos Estados Unidos. Já a produção brasileira de milho é estimada em 88 milhões de t, apenas 10% menor que a do ciclo 2016/17.

Quanto ao algodão, a perspectiva é de que a área plantada volte a crescer e supere 1 milhão de ha no ciclo 2017/18, após duas safras seguidas de retração. Também são esperados desempenhos acima da média nas culturas de cana e do café. (Alberto Mawakdiye)

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