Brasileiros mostram preocupação com uso da internet por jovens e pedem apoio à saúde mental dos jovens nas escolas
O Porto Digital, maior distrito de inovação da América Latina, apresenta os resultados de uma pesquisa nacional realizada em parceria com a Offerwise, especializada em estudos de mercado na América Latina e no universo hispânico. O levantamento ouviu uma amostra de brasileiros conectados de todas as regiões e classes sociais, com 18 anos ou mais, para entender suas percepções sobre os dilemas enfrentados por crianças e adolescentes, especialmente no ambiente digital. Os dados revelam um alerta claro: 9 em cada 10 brasileiros acreditam que os jovens não recebem apoio emocional e social suficiente, enquanto 70% defendem a presença de psicólogos nas escolas como caminho essencial para mudar esse cenário.
Os dados reforçam a urgência de ações coordenadas que promovam ambientes mais seguros e saudáveis para o desenvolvimento das novas gerações. Segundo o estudo, 4 em cada 10 pais utilizam regularmente ferramentas específicas de controle parental – como aplicativos ou configurações no celular – sendo 65% dos pais de crianças até 12 anos os que mais utilizam esse tipo de ferramenta, enquanto 20% dos respondentes têm a intenção de adotar esse tipo de recurso no futuro. Outro dado de destaque é sobre o monitoramento parental da vida digital dos filhos: 93% dos pais dizem acompanhar o que os filhos fazem online, mas isso tende a diminuir conforme eles envelhecem.
A percepção de risco com o uso da internet é generalizada, mas não se restringe ao ambiente digital. Bullying e violência escolar (57%), ansiedade e depressão (48%), e pressão estética (32%) são os três principais desafios enfrentados pelos jovens hoje, segundo o levantamento. As mulheres demonstram maior sensibilidade em relação às questões emocionais (54%), enquanto os homens manifestam mais preocupação com aspectos financeiros e desemprego (40%) e de perspectiva de futuro (27%).
“O cuidado com a juventude deve ser um compromisso compartilhado, que envolve escolas, famílias, empresas e governos. Essa pesquisa evidencia que não basta apenas discutir inovação tecnológica – é preciso humanizá-la e colocá-la a serviço da sociedade”, afirma Pierre Lucena, presidente do Porto Digital.
Ainda de acordo com o levantamento do Porto Digital e da Offerwise, os pais têm buscado alternativas para proteger os filhos no ambiente digital, com destaque para o controle do tempo de navegação e uso de ferramentas de monitoramento. Entre crianças de até 12 anos, o controle tende a ser mais rígido e constante. No entanto, apenas 20% dos pais pretende utilizar futuramente alguma ferramenta de controle. A supervisão também tende a diminuir com a idade dos filhos. Entre os adolescentes de 13 a 17 anos, os pais ainda acompanham, mas de forma mais flexível, permitindo maior autonomia – o que aumenta a necessidade de espaços de acolhimento e orientação.
O uso da internet por crianças e adolescentes preocupa a população, levando muitos pais a monitorarem o acesso dos filhos diante de um ambiente amplo e repleto de riscos. Apesar de ainda ser um tema relativamente novo no cotidiano familiar, ele já é central nas discussões sobre a criação e proteção das novas gerações.
“Os resultados da pesquisa nos mostram que a população enxerga a necessidade de um esforço conjunto para criar espaços mais seguros e de apoio nas escolas, especialmente diante do uso precoce e intenso das redes sociais. A parceria da Offerwise com o Porto Digital, nos dá essa visibilidade a esses desafios e traz um campo de análise para orientar ações mais eficazes, que conectem inovação tecnológica à promoção do bem-estar das novas gerações”, explica Julio Calil, general manager da Offerwise.
“O futuro da inovação está diretamente ligado à forma como cuidamos dos nossos jovens. Não basta apenas impulsionar avanços tecnológicos – é fundamental criar pontes entre a tecnologia e a transformação social real. A pesquisa conduzida em parceria com a Offerwise reforça que a construção de um ecossistema inovador passa, obrigatoriamente, pela promoção da saúde emocional e do desenvolvimento humano desde cedo”, conclui Lucena.