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Em encontros com representantes de governo dos EUA, CNI defende intensificação do diálogo

Após dois dias de intensas agendas entre o setor industrial brasileiro, empresários e representantes do governo norte-americano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) concluiu a etapa de Washington da missão empresarial aos Estados Unidos, que vai até 16 de maio, passando por Nova York e Boston. O presidente da CNI, Ricardo Alban, apresentou aos departamentos de Estado e Comércio dados que reforçam o benefício da relação comercial entre as maiores economias das Américas e reiterou a importância do diálogo e da ampliação da cooperação em áreas estratégicas.

 

“As mudanças em curso em todo o mundo devem estimular o trabalho conjunto de empresários e governantes brasileiros e americanos em favor da elaboração de uma agenda comum, que reflita os interesses da iniciativa privada e permita uma maior aproximação entre os nossos países. Em estreita cooperação, Brasil e Estados Unidos terão melhores condições de ampliar sua capacidade de crescer de forma consistente e sustentável e de impulsionar o desenvolvimento econômico e social das Américas”, disse Alban.

 

Alban destacou que o Brasil tem condições de ser um parceiro relevante para os EUA em áreas como defesa, minerais críticos e data centers e propôs a ampliação de canais de diálogo para a construção de uma agenda que transborde a discussão sobre tarifas. A declaração ocorreu durante a plenária do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu), que reuniu autoridades de governo dos EUA e do Brasil e representantes de cerca de 20 empresas brasileiras e norte-americanas.

 

A missão empresarial aos EUA faz parte de uma estratégia abrangente e articulada de atuação em múltiplas frentes lideradas pela CNI, especialmente no contexto de reorganização das cadeias produtivas no comércio global. A estratégia combina o monitoramento contínuo de medidas comerciais adotadas pelos EUA, a análise detalhada de impactos sobre a pauta exportadora e sobre setores industriais estratégicos e a atuação institucional junto ao governo brasileiro e às contrapartes norte-americanas.

 

“É esse o objetivo que vamos perseguir a partir dessas conversas, garantir que os interesses do setor privado brasileiro estejam devidamente representados nas negociações e no diálogo bilateral, contribuindo para o aprofundamento das relações econômicas de forma equilibrada, transparente e benéfica para ambos os países”, apontou o presidente Alban.

 

Nos encontros bilaterais, ainda foram discutidos temas como a ampliação de novos investimentos e parcerias com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e com o Serviço Social da Indústria (Sesi) para desenvolver uma agenda de intercâmbio de pesquisadores brasileiros e americanos em áreas como tecnologia e educação básica.

 

Também foi promovida reunião com representantes do Banco Mundial que coordenam a iniciativa Business Ready, projeto de indicadores que avalia o clima de negócios e investimento em todo o mundo.

 

ECONOMIAS COMPLEMENTARES – A pauta de comércio entre Brasil e EUA é complementar e composta, principalmente, por bens intermediários de setores como químico, metalurgia e máquinas e equipamentos. Na última década, esses bens representaram, em média, 61,4% das exportações e 56,5% das importações brasileiras.

 

Os Estados Unidos são os maiores investidores estrangeiros no Brasil – em 2023, o estoque de investimentos americanos ultrapassaram US$ 350 bilhões. Entre os setores mais beneficiados estão comunicações, automotivo, carvão, petróleo e gás, serviços financeiros e energias renováveis.

 

Em sentido inverso, entre 2013 e 2023, o país norte-americano foi o principal destino dos investimentos anunciados por companhias brasileiras na construção de filiais no exterior. Os Estados Unidos são o destino de 142 novos projetos de internacionalização das empresas brasileira.

 

Para se ter uma ideia da importância dessa relação bilateral para o Brasil, em 2024, a cada R$ 1 bilhão exportado ao mercado americano foram produzidos 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção no Brasil.

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