Metal Mecânica

Exportações de sucata ferrosa crescem em abril, preços tendem a acomodar

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, voltaram a crescer em abril deste ano, atingindo 71.877 toneladas, alta de 43% comparadas a março último, quando chegaram a 50.217 toneladas, de acordo com o do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa).

No acumulado do primeiro quadrimestre, as exportações chegaram a 192.488 toneladas, ante 101.993 toneladas nos quatro primeiros meses de 2021, um aumento de 89%, conforme dados divulgados pelo Ministério da Economia, Secex.

A guerra na Ucrânia e o aumento do ferro gusa e de outros insumos também usados na composição do aço vêm impactando o mercado mundial. Mas, segundo o presidente Inesfa, Clineu Alvarenga, já existe uma tendência de acomodação dos preços. “Os valores da sucata tendem a se estabilizar após um período de altas artificiais”, afirma.

Alvarenga lembra que os recicladores de sucatas ferrosas estão abastecendo normalmente o mercado interno, como sempre fizeram, e só exportam os volumes excedentes não adquiridos no país. “As vendas ao exterior, sempre no limite máximo de 5% da produção local, é a alternativa encontrada pelo setor há mais de uma década para garantir a manutenção da atividade, que traz inúmeros benefícios ao meio ambiente e ao país”, diz o presidente do Inesfa.

Segundo a S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarks para as commodities, “fontes do mercado mencionaram os recentes aumentos nos preços e nas compras impulsionados pelas taxas de produção mais altas nas principais siderúrgicas locais, após paralisações para manutenção planejadas e não planejadas, ou atraso na formação no de estoques.”

Outras fontes das usinas ouvidas pela agência já esperam uma estabilização dos preços ainda neste mês de maio e até uma queda a partir de junho. O consumo de sucata ferrosa no Brasil em 2022 pode superar o de 2020, quando alcançou quase 8 milhões de toneladas. No ano passado, o consumo estimado pelo Inesfa foi de 9 milhões de toneladas.

O Inesfa, neste mês de maio, passa a representar todos os setores da reciclagem, incluindo ferro e aço, vidro, papel, eletrônicos, entre outros, atividades compostas por mais de 5 milhões de pessoas que vivem da coleta e destinação adequada de insumos recicláveis.

“Os recicladores sempre tiveram um papel essencial no Brasil, ao lado dos catadores (os chamados ‘carrinheiros’) na preservação e defesa do meio ambiente e na economia circular. Mas, apesar disso, ainda são pouco reconhecidos e estimulados, principalmente pelos três poderes do país, Executivo, Legislativo e Judiciário”, afirma Clineu Alvarenga.

 

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