Indústria brasileira de fundição estima bater recorde de produção até o final deste ano

A indústria de fundição brasileira pode bater recorde de produção até o final deste ano. A previsão é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Fundição (Abifa), Afonso Gonzaga, segundo quem deverá haver um crescimento de 20% na produção nacional até o final do ano.
De acordo com Gonzaga, que é também presidente do Sindicato da Indústria de Fundição do Estado de Minas Gerais e São Paulo, a expectativa no setor era que a indústria crescesse 15% em 2021. No entanto, essa meta já foi atingida em junho. Para ele, mesmo com os segundos semestres sendo tradicionalmente mais fracos, cravar o crescimento do ano em 20% faz sentido.
Gonzaga acredita que a produção até dezembro possa chegar a 2, 5 milhões de t, superando o recorde de fabricação de materiais de fundição registrado em 2008, quando foram produzidas 2,38 milhões de toneladas.
O otimismo do setor está baseado principalmente no aquecimento de áreas como o agronegócio, mineração, siderurgia, fabricação de utensílios domésticos e máquinas e equipamentos, todos elas grandes usuárias de produtos fundidos.
Parte das boas expectativas deste segmento industrial também é motivada pela cotação do dólar, que valoriza os produtos da indústria da fundição exportados. Pelo menos 20% da produção nacional são vendidos para outros países.
“E o melhor de tudo é que estamos conseguindo manter as vendas apesar do aumento dos preços de insumos, como o ferro-gusa, que em 2019 custava R$ 1.300 a tonelada e hoje custa R$ 4.600,00”, afirma Gonzaga, observando, no entanto, que estes reajustes estão tendo de ser repassados para o consumidor.
MINAS GERAIS – O crescimento do setor de fundição foi maior em Minas Gerais – maior, inclusive, que a média nacional. Até maio deste ano, a venda de fundidos no estado tinha crescido 17%. O presidente da Abifa acredita que em Minas Gerais o crescimento chegue a 22% até dezembro.
O bom desempenho geral da indústria de fundição também gerou mais empregos no país. O setor tinha, no total, 52 mil empregados em 2020, hoje tem 56 mil. Em Minas, onde a produção mais cresceu, o número de trabalhadores passou de 19 mil no ano passado para 22.500 no final do primeiro semestre de 2021.
Parte do sucesso do segmento, segundo Gonzaga, se deve ao diálogo que o setor vem mantendo com o governo federal, que tem adotado medidas que possibilitam aos empresários da indústria o desenvolvimento de novos negócios. “A ideia é que, com a diminuição da carga tributária, deixemos de ocupar o 10º lugar no ranking mundial de fundição, para ocupar o sexto”, diz.
Ainda conforme Gonzaga, o setor está confiante de que a Reforma Tributária e a Administrativa sejam aprovadas ainda em 2021, o que desonerará o empresariado, aumentando a possibilidade de crescimento de toda a economia. “Se conseguimos entender que com a diminuição das alíquotas aumentará a base arrecadadora, teremos um novo Brasil”, conclui o executivo. (texto: Alberto Mawakdiye/foto: Inductotherm – divulgação)