Eletrônica e Informática

Maior parte dos homens acredita na igualdade de gêneros, mas barreiras contra as mulheres seguem fortes

A maior parte dos homens (68%) acredita na igualdade entre os gêneros no trabalho e acredita que as mulheres são tão capazes quanto os homens em exercer as mesmas funções no trabalho. Por outro lado, apenas 16% pensam o oposto, sendo principalmente na faixa etária acima de 55 anos. Também, 58% dos homens se sentem confortáveis com mulheres em cargos mais altos ou de liderança contra 13% que declararam não se sentir à vontade.

Os dados acima fazem parte de pesquisa  “Elas: comportamentos e barreiras”, divulgada pela Nielsen. Desenvolvida em parceria com Opinion Box, empresa especializada em pesquisas de mercado online, o levantamento tem como objetivo estimular a inclusão por meio das técnicas de pesquisa da companhia, além de entender o perfil das brasileiras em diferentes frentes, trazendo pontos de atenção nas questões sociais e no mercado de trabalho.

“A atuação feminina no mercado de trabalho tem sido limitada por construções sociais. Ser mulher significa estar exposta a ser questionada sobre assuntos não relacionados à sua competência profissional (como com quem ficarão os filhos), desde o momento da entrevista até ao alcançar uma posição de liderança. Por isso, neste estudo tentamos entender a percepção do público quanto a essas importantes temáticas que sempre precisam ser revisitadas em prol da mudança”, menciona Sabrina Balhes, líder de Measurement da Nielsen Brasil.

O estudo foi realizado entre os dias 24 de fevereiro e 2 de março de 2022, com uso de questionário online para 1000 pessoas de todas as regiões do país. Dentre os entrevistados, 69% eram mulheres, 24% homens e 7% optaram por não citar seu gênero. Os novos insights são relacionados às questões sociais e de comportamento do público feminino em sua vida familiar e no mercado de trabalho, além de abordar a percepção masculina sobre o papel de liderança das mulheres na vida profissional. Também foram explorados temas como assédio no trabalho (mansplaining e manterrupting), representatividade em propagandas em diversos segmentos e impacto de anúncios sobre causas sociais para ambos os gêneros nos setores econômicos.

ASSÉDIO NO TRABALHO –  Pela primeira vez, a Nielsen levantou dados sobre os conceitos de mansplaining (quando um homem explica algo a uma mulher, desconsiderando que ela já sabe sobre o tema) e manterrupting (interrupção masculina na fala de uma mulher a ponto de impedi-la de emitir alguma opinião). No caso do mansplaining, 48% das mulheres entrevistadas familiarizadas com o termo relataram já terem presenciado esta prática no trabalho, número que é ainda maior no manterrupting (54%). Em relação ao assédio no trabalho, 46% já sofreu ou presenciou.

“Mesmo para mansplaining e manterrupting – que são formas pouco conhecidas de anular a mulher no ambiente de trabalho ou em outra esfera social – vimos que em 2022 estas práticas ainda estão acontecendo amplamente”, afirma Sabrina.

GRAVIDEZ – A grande maioria das entrevistadas acredita que a possibilidade de engravidar pode ser usada como empecilho em entrevistas de emprego. De acordo com o levantamento, 88% das respondentes concordam que a gravidez pode ser considerada um motivo para não contratá-las. Além disso, 75% delas afirmam que isto pode ser uma razão para questionar sua capacidade de trabalho. O estudo revela ainda que apenas 13% discordam da afirmação, enquanto 12% são indiferentes em relação ao assunto.

FILHOS – Além do fato da gravidez ter influência em uma possibilidade de contratação, três em cada quatro mulheres (75%) afirmam que foram perguntadas em entrevistas de emprego sobre ter filhos e com quem deixariam as crianças para trabalhar. Entre os homens, a taxa é de 69%. O levantamento também mostra que 23% das entrevistadas acreditam que esse tipo de pergunta atrapalhou a entrevista, número que para os homens ficou em apenas 8%.

TAREFAS DE CASA – As mulheres ainda estão muito mais envolvidas com atividades domésticas do que os homens. Enquanto 22% das entrevistadas responderam que cuidar da casa é sua principal atividade durante o dia, entre os homens este índice é de apenas 2%. Os afazeres em casa ficam atrás apenas do trabalho (50%) entre as mulheres.

O levantamento fornece também um recorte étnico-racial sobre o assunto. Segundo os dados, quando perguntadas sobre tarefas diárias, pessoas pretas e pardas são as principais desempregadas e pessoas brancas as principais aposentadas. Os números revelam que 25% dos respondentes que se declararam pretos/pardos não possuem emprego, enquanto este número entre os brancos é de 7%. Em relação aos aposentados, 9% dos brancos se encontram nessa condição contra 8% de pretos/pardos.

REPRESENTATIVIDADE EM PROPAGANDAS – Em relação ao sentimento de representatividade em propagandas na internet e na televisão, pessoas pretas (50%) e com mais de 55 anos (47%) são as que menos se enxergam em anúncios publicitários.

Quando o recorte é gênero, as mulheres (32%) se sentem mais representadas que os homens (28%). Por sua vez, a comunidade LGBTQIA+ é a que está mais incerta sobre o assunto, com 41% respondendo que não tem certeza sobre a representatividade.

COMPRAS – O estudo também buscou entender a percepção do público sobre marcas que apoiam causas sociais. Os dados mostram que 46% das mulheres compram produtos de marcas que se apresentam como socialmente responsáveis, índice que entre os homens fica em 34%. Apesar da quantidade de mulheres que efetuam compras, 51% delas acreditam que as marcas o fazem em benefício próprio e não para apoiar causas, mesmo percentual dos homens.

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