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Mais de 40% dos jovens com nível superior atuam fora de sua área de formação

Nos últimos quatro anos, o total de jovens com nível superior em funções incompatíveis com a sua escolaridade subiu 6,1 pontos percentuais, chegando a 44,2%. Considerando-se o total de trabalhadores com curso superior, este índice é de 38% – o maior patamar desde o início da série. É o que mostra uma análise sobre o mercado de trabalho no Brasil divulgado no dia 12 de dezembro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

“Não é um fenômeno novo. Com a crise e a população mais escolarizada, as pessoas acabaram aceitando um emprego abaixo da sua qualificação com medo do desemprego”, explica uma das autoras do estudo e pesquisadora do Ipea, Maria Andreia Lameiras.

O Ipea mostra também que, apesar da taxa de desocupação ter caído no trimestre móvel encerrado em outubro, ficando em 11,7%, houve um aumento no número de pessoas subocupadas – aquelas que trabalham menos de 40h semanais, mas gostariam de trabalhar mais horas – alcançando quase sete milhões de trabalhadores. Isso corresponde a um aumento de 10,4% na comparação interanual. Para os que procuram trabalho, a situação ainda continua difícil: de cada quatro desempregados, um está à procura de recolocação há mais de dois anos. O Brasil atualmente possui 12,7 milhões de desempregados.

O estudo ainda destaca que, em contrapartida, houve geração de mais de 790 mil novas vagas com carteira assinada em 2018, segundo os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. “Há uma recuperação moderada do mercado de trabalho no Brasil, mas com a informalidade ainda alta e com um aumento na população subocupada”, analisa Lameiras.

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