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Menos de 10% dos postos de liderança são ocupados por profissionais com deficiência

Dia 21 de setembro é celebrado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, data que reforça a importância da inclusão em todas as camadas da sociedade, dentre elas, o mercado de trabalho. A Lei de Cotas, criada em 1991, tem expandido a inserção desses profissionais, porém eles não são encontrados em todos os cargos hierárquicos. Segundo dados levantados pela Santo Caos – consultoria de engajamento por meio da diversidade – em parceria com a Catho, menos de 10% dos postos de liderança são ocupados por profissionais com deficiência.

A pesquisa, realizada com mais de 1.000 participantes, dentre eles, gestores e profissionais com deficiência, ainda apontou as funções em que esses profissionais mais são encontrados, tais como os cargos de: assistente (57%), analista (17%), técnico (12%), coordenador (5%), gerente (4%), aprendiz (3%), estagiário (2%), diretor (0,4%) e vice-presidente e/ou presidente (0,2%).

Para a gerente sênior da Catho, Tábitha Laurino, os dados refletem uma rasa inclusão, onde a contratação, muita das vezes, se dá apenas para o cumprimento da Lei de Cotas. Neste cenário, encontram-se profissionais que, quando contratados, possuem baixas perspectivas profissionais e pessoais, somado também à desmotivação.
“Os dados evidenciam que as empresas possuem um espaço para crescer. Existem diversas práticas que podem ser aplicadas no ambiente corporativo, tais como a aplicação de grupos de discussão, onde esse profissional pode ser ouvido de forma efetiva; encontros com experiências sensoriais, onde toda a equipe de trabalho pode vivenciar minimamente sobre como é a vida de uma pessoa com deficiência, reuniões de feedbacks entre os times; dentre outros”, afirma a gestora.

Já para Guilherme Françolin, sócio diretor da Santo Caos, ainda há uma grande barreira para ser quebrada na maneira que as empresas enxergam o desenvolvimento de pessoas e a promoção de pessoas com deficiência.

“Capacidade de liderança estão ligadas a competências comportamentais e técnicas. Entretanto sabemos que ter deficiência não impede uma pessoa de ter a capacidade de liderar. Dar oportunidade, representatividade e visibilidade são fundamentais para tirarmos os profissionais dos cargos de entrada. Afinal, a busca das organizações atualmente é por líderes com maior empatia, capacidade de mudança e adaptação. Acreditamos que uma gestão inclusiva e diversa são fundamentais para engajar a equipe a lidar com cenários turbulentos e trazer resultados” afirma Françolin.
A falta de perspectiva em um plano de carreira efetivo também reflete diretamente no ambiente corporativo. Ainda segundo a pesquisa, 34% dos profissionais com deficiência se sentem isolados no trabalho. Paralelamente a esse déficit, há o impacto desse baixo engajamento também em outros pilares. Um profissional que não se sente parte da equipe, não se orgulha do seu local de trabalho e não adere às práticas da empresa.

Estimular a inclusão de forma assertiva traz diversos benefícios para os colaboradores, bem como para o ambiente organizacional, tais como: aumento do nível de comprometimento, motivação, engajamento e produtividade; criação de um ambiente de equilíbrio e maior sinergia; estruturação do quadro de funcionários e crescimento contínuo com alcance dos resultados desejados.

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