Mercado global da Indústria 4.0 pode chegar a US$ 219,8 bilhões até 2026
Pelo visto, a crise generalizada provocada pela pandemia da covid-19 não incomodou tanto assim o mercado global da Indústria 4.0. Estimado em polpudos US$ 90,6 bilhões em 2020, este importante setor da alta tecnologia, acredita-se, pode atingir um tamanho de US$ 219,8 bilhões até 2026.
De acordo como relatório “Industry 4.0:global market trajectory and analytics”, da Global IndustryAnalysts (GIA), recentemente divulgado, o crescimento anual da Indústria 4.0 no período 2020-2026, calculado pela Taxa de Crescimento Anual Composta – ou CAGR, na sigla em inglês – será de 16,5%.
O estudo mostra ainda que o grande destaque deste novo setor da alta tecnologia deverá ser o segmento da Internet das Coisas (IoT), com um CAGR de 17,3%, e o da Impressão 3D, com um índice de 16,3%.
O relatório ainda projeta as oportunidades e os desafios que deverão se apresentar ao setor por um mercado que, sem dúvida, está sendo significativamente transformadonão só pelas mudanças comportamentais provocadas pela covid-19, mas também pelo aumento crescente dos custos industriais e a maior conscientização ambiental de parcelas da sociedade global.
Mas, para a GIA, o crescimento do mercado será cada vez mais impulsionado, em primeiro lugar, pela maior conscientização das empresas sobre as vantagens que as tecnologias da Indústria 4.0 oferecem em termos de automatização de processos, produtividade e eficiência, dentro de sistemas fabris mais “limpos” e ambientalmente responsáveis.
Os fatores adicionais que impulsionarão o crescimento deste mercado incluem as próprias inovações e avanços tecnológicos em tecnologia de manufatura aditiva, e os avanços em tecnologias e controles de sensoriamento inteligente.
Haverá uma tendência exponencial de automatizar as instalações de manufatura, com máquinas e processos com eficiência energética, juntamente com os recursos de computação integrada dos sensores habilitados para IoT.
No entanto, também será preciso vencer os desafios representados pelos custos ainda relativamente altos destas inovações, e realizar uma espécie de “upgrade” no mundo do trabalho, formando um número muito maior de trabalhadores especializados na operação destas novas tecnologias de produção.
INTEGRAÇÃO RADICAL – O estudo faz questão de definir com clareza o que é a Indústria 4.0 – conceito que, de tão utilizado pelo mercado, muitas vezes de forma absurdamente imprecisa, tem corrido o risco de se diluir.
A GIA define a Indústria 4.0 como a era da “fábrica inteligente e dos processos de manufatura inteligentes”, e que envolve a integração de técnicas de automação e objetos conectados para revolucionar o chão de fábrica.
Assim, em um ambiente de manufatura habilitado para a Indústria 4.0, diferentes processos de manufatura são interconectados por meio de protocolos industriais, para gerar dados inteligentes aplicáveis à produção e seus controles.
Além disso, o sistema impacta igualmente a logística. A engenharia dinâmica deste ambiente de manufatura permite mudanças no processo da própria produção, podendo responder com grande flexibilidade no caso de fornecedores não cumprirem os pedidos de fornecimento, por exemplo.
Os segmentos de IoT serão os que mais deverão crescer na modalidade, segundo o estudo. Pode registrar um CAGR de 17,3% e chegar a US$ 68,2 bilhões até 2026. O crescimento na área de robótica industrial é estimado em 18,7%.
No segmento de Impressão 3D, Estados Unidos, Canadá, Japão, China e Europa irão impulsionar um CAGR de 16,3%. Esses mercados regionais, responsáveis por um tamanho combinado de US$ 11,5 bilhões em 2020, atingirão um tamanho projetado de US$ 33 bilhões em 2026.
Segundo a pesquisa, a China permanecerá entre os países de crescimento mais rápido neste cluster dos maiores mercados regionais. O mercado da Indústria 4.0 nos EUA é atualmente estimado em US$ 25,5 bilhões. Mas a China, hoje a segunda maior economia do mundo, deve atingir um mercado projetado de US$ 40,9 bilhões até 2026, arrastando um CAGR de 20,7% durante o período.
Entre os outros mercados geográficos importantes, estão o Japão e o Canadá, cada um com previsão de crescimento de 13,7% e 14,9%, respectivamente. Dentro da Europa, a previsão é de que a Alemanha cresça 15,3% ao ano.
Segundo o relatório, as empresas, nos próximos dez anos, tendem a estabelecer redes globais incorporando suas instalações de produção, máquinas e sistemas de armazenamento como sistemas ciberfísicos.
Esses sistemas, no ambiente de produção, consistem em sistemas de armazenamento, instalações de produção e máquinas inteligentes que podem trocar informações de forma autônoma e exercer controle independente umas sobre as outras. Essas mudanças oferecerão grandes oportunidades para a otimização dos processos de manufatura e produção. De outro lado, colocarão os fabricantes sob uma pressão comercial talvez bem maior que a de hoje. (texto: Alberto Mawakdiye/foto: Divulgação/Trumpf)