Mercados de software e de eletrônicos automotivos podem chegar a US$ 1,2 trilhão até 2035
Os mercados de software e de eletrônicos automotivos devem quadruplicar dos US$ 320 bilhões atuais para US$ 1,2 trilhão até 2035, de acordo com o estudo “As Auto Software Revs Up, Suppliers Need to Switch Gears”, publicado pelo Boston Consulting Group (BCG).
A pesquisa aponta que, à medida que o setor automotivo avança em direção a veículos definidos por software (SDVs), a receita disponível para os fornecedores crescerá para cerca de US$ 700 bilhões. Contudo, para aproveitar a oportunidade, os provedores precisam alinhar seus modelos de negócios, estratégias e capacidades com as demandas das montadoras (OEMs).
Segundo o BCG, atualmente existe um descompasso entre as capacidades dos fornecedores e as necessidades das OEMs, sendo que as áreas que mais precisam de aprimoramento são: atualizações contínuas de software; soluções que permitam a diferenciação das OEMs; tecnologias de alto desempenho (como inteligência artificial); soluções com bom custo-benefício, plug-and-play e altamente personalizáveis; e compatibilidade entre diferentes modelos e arquiteturas de veículos.
A indústria automotiva está em um momento crucial. A mudança para veículos definidos por software está reescrevendo as regras do jogo. Não se trata apenas de adicionar software aos carros, mas de repensar todo o modelo de negócios. Os fornecedores precisam começar a focar em escalabilidade, plataformas e receitas recorrentes, pois, aqueles que não se adaptarem rapidamente correm o risco de serem deixados para trás.
Atentos ao cenário, novos players estão entrando no mercado de software automotivo com tecnologias emergentes e modelos de negócios inovadores visando que, com o tempo, todos os componentes do veículo se tornem “inteligentes”, incluindo as peças mais intensivas em hardware (para-choques, para-brisas, rodas e eixos).
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS – O BCG acredita que, no futuro, três arquétipos de modelos de negócios surgirão e os fornecedores se adaptarão às necessidades de cada um:
– Criadores de plataforma. Serão responsáveis pelo desenvolvimento de plataformas horizontais e escaláveis que podem ser usadas por diversas OEMs, oferecendo uma base comum para o desenvolvimento de aplicações e serviços.
– Integradores de soluções. Oferecerão soluções verticais completas e personalizadas para domínios específicos, como sistemas de assistência ao motorista ou entretenimento a bordo.
– Especialistas em produtos. Terão como foco o desenvolvimento de produtos de software ou hardware aprimorados para nichos específicos, como sistema de navegação ou sensores avançados.
À medida que a indústria evolui em direção a esses arquétipos, a tradicional cadeia de suprimentos em camadas evoluirá para um ecossistema aberto, os fornecedores colaborarão simultaneamente com os OEMs e entre si para ampliar as capacidades de entrada no mercado e desenvolvimento conjunto, e as montadoras terão vários modelos de colaboração.
Para abraçar a transformação e construir vantagem competitiva, o BCG sugere que as empresas definam o ponto de partida preenchendo as lacunas existentes, estabeleçam a estratégia e a ambição para o futuro e invistam em tecnologias, talentos e parcerias.