MPEs paulistas voltam a crescer em agosto
Após dois meses no vermelho, as micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas voltaram a registrar resultado positivo. Em agosto, houve crescimento de 6,3% no faturamento real (já descontada a inflação) em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com a pesquisa Indicadores, do Sebrae-SP. A receita total das MPEs registrada em agosto foi de R$ 65,3 bilhões.
A melhora, ainda que modesta, na ocupação e na renda, ocorridas na economia ao longo de 2018, favorecem as vendas dos negócios de pequeno porte, contribuindo para o resultado positivo de agosto de 2018. Nos últimos meses, fatores pontuais influenciaram negativamente o desempenho da economia, e assim, das MPEs: a greve dos caminhoneiros em maio e a realização da Copa do Mundo em junho e julho, reduzindo assim a circulação de pessoas e mercadorias em determinados momentos. Em contrapartida, a liberação dos saques das cotas do PIS e Pasep contribuiu para o avanço do faturamento em agosto. Parte dos recursos colocados à disposição foi muito provavelmente direcionada para o consumo, beneficiando as MPEs.
Ainda na comparação entre agosto deste ano e agosto de 2017, o setor de serviços apresentou o melhor resultado, com crescimento de 10,4% no faturamento. O comércio teve evolução de 5,6% na receita. Já a indústria sofreu queda de 5,8% no faturamento, no mesmo confronto.
As MPEs do Grande ABC merecem destaque na análise por regiões com elevação de 46,1% no faturamento de agosto sobre igual mês do ano passado. Há que se considerar, entretanto, a base fraca de comparação, pois 2017 registrou o pior agosto, em índice de faturamento, da série histórica para o Grande ABC, iniciada em janeiro de 1999.
O segundo melhor desempenho ficou com as MPEs da região metropolitana de São Paulo, cujo faturamento subiu 19% no período verificado pela pesquisa. O município de São Paulo viu a receita de suas MPEs ficar 11,7% maior no mesmo confronto. Apenas os pequenos negócios do interior tiveram retração, de 6,3%, na receita na comparação de agosto de 2018 com agosto de 2017.
A pesquisa do Sebrae-SP revela que em agosto houve aumento de 2,5% do pessoal ocupado nas MPEs sobre o mesmo mês de 2017, o que representa um aumento de 195 mil pessoas, na comparação de agosto de 2018 com agosto de 2017. O rendimento médio dos empregados caiu 0,8% e o valor da folha de pagamento ficou 0,7% menor.
MEI – Interrompendo uma sequência de 13 altas seguidas, o faturamento dos Microempreendedores Individuais (MEIs) paulistas caiu em agosto ante agosto de 2017. A queda de 0,6% fez com que o universo dos MEIs paulistas chegasse ao fim do mês com receita total de R$ 4,4 bilhões, o que representa R$ 27,1 milhões a menos do que no mesmo período do ano passado.
O setor de serviços foi único a ter elevação no faturamento em agosto: alta de 8,5% no período. Com os MEIs da indústria, houve queda de 8,1%. Os MEIs do comércio viram o valor das vendas recuar 6,3%.
Na região metropolitana de São Paulo, os MEIs tiveram recuo de 3,2% na receita real. No interior, houve aumento de 2,7% no faturamento em agosto de 2018 sobre agosto de 2017.
EXPECTATIVAS – Quanto às expectativas para os próximos seis meses, a maioria dos donos de MPEs paulistas disse, em setembro, acreditar em estabilidade ou aumento do faturamento da empresa. Em setembro, 47% dos proprietários de MPEs falaram em manutenção na receita, 29% esperam crescimento e 5% falam em piora na receita. Outros 19% declararam que não sabem como o faturamento da empresa poderá evoluir.
Com relação à economia brasileira, 48% dos proprietários de MPEs aguardam estabilidade nos próximos seis meses, ante 46% há um ano; 21% acreditam em melhora e 8% esperam que a situação vá piorar. No geral, há uma expectativa de estabilidade na economia, embora o nível de incerteza também seja relativamente elevado.
Entre os MEIs, em setembro 47% dos MEIs afirmaram esperar aumento na receita, ante 50% em setembro de 2017. Outros 42% aguardam estabilidade (eram 39% há um ano) e 8% creem em diminuição no faturamento, ante 7% em setembro do ano passado. Portanto, a expectativa mais forte dos MEIs é por aumento ou estabilidade para a receita da empresa nos próximos seis meses.
Para a economia brasileira, 47% falam em manutenção da atividade nos próximos seis meses, contra 45% há um ano. Já 29% contam com melhora, sobre 35% em setembro de 2017, e 17% aguardam piora, índice igual há um ano.