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Siderúrgica contrata pessoas refugiadas e enriquece ambiente de trabalho

No final de 2021, o número de pessoas deslocadas por guerras, violência, perseguições e abusos de direitos humanos chegou a 89,3 milhões (um crescimento de 8% em relação a 2020 e bem mais que o dobro verificado há 10 anos), de acordo com o relatório “Tendências Globais”, uma publicação estatística anual do Acnur, a Agência da ONU para Refugiados. Desde então, a invasão da Ucrânia pela Rússia – que causou a mais veloz e uma das maiores crises de deslocamento forçado de pessoas desde a Segunda Guerra Mundial – e outras emergências humanitárias, da África ao Afeganistão e além, elevaram este número para a marca dramática de 100 milhões.

Pessoas refugiadas, óbvio, precisam de trabalho digno para se manter nos países que os recebem. Uma empresa no Brasil que decidiu abrir as portas para refugiados é a Belgo Bekaert, que atualmente emprega 26 pessoas oriundas da Venezuela, Haiti e Colômbia nas nove unidades da empresa no país (só na unidade de Contagem (MG) trabalham 15 pessoas refugiadas. Entre as vantagens para a empresa está o aumento da diversidade do seu quadro de funcionários que enriquece o ambiente de trabalho.

“Desde 2020, o pilar Migrantes em situação de vulnerabilidade foi escolhido como um dos trabalhos prioritários de atuação da Belgo Bekaert, que resultou no aumento dos esforços para contratar e acompanhar o desenvolvimento profissional de pessoas refugiadas em todas as nove unidades da empresa no Brasil. Atualmente, a Belgo emprega 26 pessoas refugiadas, sendo duas mulheres e 24 homens oriundos da Venezuela, Haiti e Colômbia”, conta a gerente de Diversidade, Inclusão e Responsabilidade Social da empresa, Luciana Macedo.

Conforme dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre 2011 e 2020, 265.729 imigrantes solicitaram refúgio no Brasil, sendo 28.899 apenas no último ano. Parceira de instituições como o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados, Organização das Nações Unidas (ONU), Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e Organização Internacional para Migrações (OIM).

Quando a pessoa refugiada chega ao Brasil, além das dificuldades com o idioma, acesso à saúde e moradia, enfrenta desafios para se inserir no mercado de trabalho. É o que conta Johan Andres Ortiz Zapata, colombiano que vive no país desde 2019. “Saí de Medellín com destino a Belo Horizonte, com a ajuda do Serviço Jesuíta. Minha primeira experiência profissional na cidade foi traumatizante, passei maus tratos em um emprego informal, no comércio, no Centro de BH. Trabalhava muitas horas e ganhava muito pouco, mas consegui comprar uma moto barata e comecei a prestar serviços como motoboy. Dessa forma, conheci muitas pessoas que me ajudaram e também conheci a minha esposa, uma mulher mineira que me estendeu a mão em plena pandemia.”

Johan acredita que os desafios para aprender um novo idioma e se adaptar a  uma nova cultura valeram a pena. “O Brasil é um país muito lindo e acolhedor, com pessoas dispostas a ajudar quando você precisa. Há um ano, sou Operador de Máquinas na Belgo Bekaert e estou feliz com esse emprego. Meu supervisor elogia meu desempenho e acredito que agora estou num bom caminho. Tenho muita gratidão e pretendo continuar construindo meu futuro por aqui”, completa.

O venezuelano Enmanuel de Jesus Castrillo Villarroel (foto), de 23 anos, é outro exemplo de como a associação de empresas privadas às instituições para a causa é fundamental para oportunizar melhores condições de vida a quem foi obrigado a deixar seu país de origem. No Brasil desde fevereiro de 2018, Enmanuel já morou em Boa Vista, no Rio de Janeiro e, agora, está em Feira de Santana. Por meio da parceria da Belgo Bekaert com o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados, ele conquistou o cargo de Operador de Produção em uma das duas unidades da empresa na cidade. “Sou muito feliz em trabalhar na Belgo, pois ela abriu as portas para eu começar uma nova vida. Depois disso, consegui trazer para cá a minha mãe, o meu pai, o meu irmão e um tio, que vivem também aqui, em Feira de Santana. Com esse trabalho, consegui trazer também a minha namorada, sua mãe e seus irmãos para o Brasil, além de ajudá-los a se estabilizarem por aqui”, conta. “A mensagem que deixo para meus conterrâneos e pessoas refugiadas de outros países que não conseguiram um emprego ou que estão enfrentando dificuldades é que nunca desistam, sejam firmes, pois as oportunidades vão surgir”, conclui.

Pessoas refugiadas e demais interessadas em oportunidades profissionais na Belgo Bekaert podem consultar e cadastrar seus currículos https://trabalheconosco.vagas.com.br/belgobekaert . A Lei de Imigração, 13.445/2017, prevê direitos aos migrantes no território brasileiro, além da inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, à segurança e à propriedade.  (Foto:divulgação/ Belgo Bekaert)

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